terça-feira, 21 de maio de 2013

POLÍTICA - O saldo da convenção do PSDB.


O saldo da convenção que elegeu Aécio presidente do PSDB


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Serra e Aécio
O saldo da convenção que elegeu no sábado o senador Aécio Neves (PSDB-MG) presidente nacional do PSDB é um só: ele ainda não é o candidato a presidente dos tucanos e não tem apoio nem de José Serra e muito menos de Geraldo Alckmin. Ele não apoiou os dois e os derrotou em Minas quando eles foram candidatos a presidente da República, José Serra em 2002 e 2010, Alckmin em 2006.

O governador Geraldo Alckmin nas duas últimas semanas - inclusive na convenção do sábado, em Brasília - disse que o partido tem vários nomes para postular a Presidência da República. Já José Serra não deixou passar batido. Não tocou no nome de Aécio e muito menos falou em 2014, na eleição nacional para a qual outros tucanos lançaram antecipadamente, no início do ano, a candidatura do senador mineiro ao Planalto.

José Serra foi ainda mais ostensivo em seus gestos: ao contrário do que estava programado, preferiu chegar sozinho e não participou da comitiva que levou Aécio ao local da convenção composta, dentre outros, pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador Alckmin. E Serra só cumprimentou o senador no momento em que foi discursar.

Podem ter concluído que não ganharam nem ganharão eleição

Na convenção, confissões de Aécio em torno de temas dos quais ele fugia ou evitava até agora. Ele divulgou carta para o partido na qual fez não só uma defesa do legado dos governos FHC, mas um mea-culpa: "Erramos por não ter defendido, juntos, todo o partido, com vigor e convicção devidos, a grande obra realizada pelo PSDB". E outra confissão: "Somos o partido das privatizações que tão bem fizeram ao Brasil".

Já as políticas adotadas por Aécio nos oito anos como governador de Minas não fizeram bem ao Estado. Reportagem da Folha hoje mostra que se desgastaram celeremente em Minas suas bandeiras, tais como a criminalidade, que aumentou desde 2010, e a de redução dos desquilíbrios: não houve redução da desigualdade entre as regiões ricas e pobres.

O jornal não falou, mas além do fracasso na segurança pública e na redução da pobreza entre regiões, temos mais fracassos dos governos Aécio/Anastasia, como o déficit fiscal e o endividamento do Estado. Sem contar a censura ao Sindifisco; o aparelhamento do Estado; os gastos exagerados de publicidade; a captura do Ministério Público Estadual (MPE-MG); e o fisiologismo, o é dando que se recebe na Assembleia Legislativa.

Por tudo o que se viu nessa convenção de sábado e pelo comportamento de integrantes do PSDB, de caciques a militantes deles, pode ser que os tucanos já tenham concluído, como outros pré-candidatos à Presidência da República, que não ganharam e não ganharão  nada antecipando ou tentando antecipar o debate eleitoral. Pelo contrário só tem a perder, como os últimos dois meses em que estiveram lançados ou autolançados já provaram.

(Foto: José Cruz/ABr)

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