Carlos Chagas
O PT resolveu topar a parada, quer dizer, não ceder à pressão do governador Sérgio Cabral e do PMDB para que o senador Lindbergh Farias desista de concorrer ao governo do Rio de Janeiro. Pelo contrário, o partido dos companheiros dispõe-se a blindar o candidato, poupando-o do confronto direto com o governador, mas reafirmando sua disposição de disputar o palácio Guanabara. A decisão adotada pelo presidente do PT, Rui Falcão, certamente teve o apoio de Dilma e do Lula, que em nenhum momento vão ceder às ameaças de Cabral, mesmo se ele vier a bandear-se para a campanha de Aécio Neves, abandonando a reeleição da atual presidente.
Caso tivesse amarelado, o PT correria o risco de a moda fluminense pegar, ou seja, de outros governadores do PMDB exigirem a retirada de candidatos petistas ao governos locais. Tudo indica que em muitos estados serão montados dois palanques, ou até três ou mais, porque partidos da base oficial, como PSB, PTB e PDT também pretendem lançar seus candidatos.
A pergunta que se faz é o quanto esses embates poderão prejudicar a reeleição. A resposta por enquanto surge nebulosa, tendo em vista que a maioria do eleitorado inclina-se pelo segundo mandato de Dilma Rousseff sem maiores considerações com as disputas estaduais. O clima, no entanto, pode mudar.
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