E mais uma vez tudo foi parar no Supremo Tribunal Federal. Neste momento em que começo a escrever, às quatro da tarde de 16 de maio de 2013, último dia do prazo para que a MP dos Portos seja votada no Senado para não caducar, a grande preocupação do governo é saber nas mãos de quem vai cair o pedido de liminar para suspender a sessão, apresentado agora há pouco ao STF pelos partidos de oposição PSDB, PSOL e DEM.
A exemplo do que vimos em episódios anteriores, ministros como Luiz Fux e Gilmar Mendes são pródigos e rápidos ao conceder liminares que possam atrapalhar a vida do governo federal. Se isto realmente acontecer, de nada valeram as noites passadas em claro, as "farofadas" para matar a fome, as intermináveis discussões entre membros de partidos da base aliada, as mais de 150 emendas e os esforços patéticos dos articuladores políticos do governo. Se a liminar for concedida, vai tudo para o lixo e começa tudo de novo.
Como informou o R7 Notícias, os líderes dos partidos de oposição alegam que houve "violação do devido processo legislativo" quando o presidente do Senado, Renan Calheiros, abriu a sessão às 14 horas e, logo em seguida, colocou em votação o texto da MP que veio da Câmara.
"Nós vamos fazer de tudo no limite, no regimento, no bom senso para concluir a votação da MP. Não sei se será possível, mas vamos trabalhar para isso", garantiu Renan Calheiros, enquanto senadores da oposição faziam duros ataques à votação na Câmara e ao encaminhamento da questão pelo governo.
Em franca minoria no plenário, e sem que desta vez haja divisões na base aliada, antes de recorrer à Justiça a oposição limitou-se a tentar obstruir os trabalhos e fazer discursos. O ataque mais duro partiu do senador Aloysio Nunes Ferreira Filho, líder do PSDB: "O Senado não pode ser uma fábrica de salsicha, que funciona mediante o acionamento de um botão pela senhora Ideli Salvatti (ministra de Relações Institucionais), que aciona imediatamente a fabricação de leis e de salsichas".
O senador pernambucano Jarbas Vasconcelos, dissidente do PMDB de Pernambuco, assinou presença na sessão, mas retirou-se em seguida, blasfemando contra o governo, depois de chamar a presidente Dilma de figura estatizante. "Não Vou ficar aqui porque não quero fazer papel de bobo. Respeito os companheiros que vão ficar, respeito a base governista, que está no papel dela, de aprovar as coisas".
Agora é ficar olhando para o relógio e esperar para ver o que o STF decide. As leis, como as salsichas e tudo mais, estão novamente entregues à Justiça para decidir pelo Congresso Nacional o que é certo e o que é errado, oque pode e o que não pode.
Volto a qualquer momento, assim que houver alguma decisão.
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