Matilde Landa, a militante comunista que preferiu a morte ao batismo na Igreja Católica franquista
Matilde Landa era do Partido Comunista Espanhol (PCE), na época da guerra civil. Com a vitória do exército de Franco, Landa ficou em Madri para reorganizar o PCE. Em 04 de abril de 1939 ela foi presa, quando se preparava para dar fuga a dois colegas de partido. Depois de ser submetida a uma corte marcial, foi condenada à morte. Após a condenação, Matilde foi mandada à prisão Vendas Madrid, onde estavam cerca de 10 mil prisioneiras. Lá dentro, com a permissão da diretora da prisão, montou o Escritório das Apenadas. Com uma máquina de escrever produziu recursos para livrar suas companheiras do fuzilamento. Logo tornou-se a presa mais carismática da prisão. A jovem comunista se tornou um símbolo da dignidade e resistência para suas companheiras. Um amigo da família, próximo ao regime de Franco, intercedeu para que ela não fosse executada. Em troca, o regime a condenou a 30 anos de prisão a serem cumpridos fora da península. Foi transferida para Mallorca. Era o mês de agosto de 1940. Em Mallorca, Landa se tornou o objetivo da propaganda da Igreja. Sua conversão ao catolicismo seria uma grande arma de propaganda para minar o moral dos derrotados. Não oera suficiente ganhar. Era preciso humilhar e converter o derrotado. Matilde foi separada dos outros prisioneiros e só podia falar com Barbara Pons, da Ação Católica, responsável por tentar sua conversão ao catolicismo. A ditadura franquista lhe ofereceu, em troca do batismo, melhoria na alimentação dos filhos das presas de Mallorca. Matilde Landa preferiu a morte. No dia 26 de setembro de 1942, dia de sua cerimônia de batismo, Matilde Landa se jogou do terraço da prisão. Antes do suicídio, Matilde escreveu uma carta a sua filha: "Hoy es el gran día, dicen. Doña Bárbara, otras señoras de Acción Católica y las monjitas andarán relamiéndose con el triunfo. El dolor del pecho no me deja pensar, Carmencilla; pero no creo que el aceite alcanforado alivie mi sufrimiento, porque otro dolor, más hondo, es el que me acucia (...)".Matilde Landa não morreu imediatamente, e durante os 45 minutos de sua agonia, mesmo ela estando inconsciente e contra sua vontade expressa, as autoridades eclesiásticas a batizaram. É como diz a frase símbolo do franquismo: ¡Viva la muerte!
Fonte: Blog do Mello
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Carlos Augusto de Araujo Dória, 82 anos, economista, nacionalista, socialista, lulista, budista, gaitista, blogueiro, espírita, membro da Igreja Messiânica, tricolor, anistiado político, ex-empregado da Petrobras. Um defensor da justiça social, da preservação do meio ambiente, da Petrobras e das causas nacionalistas.
sábado, 24 de agosto de 2013
A MILITANTE COMUNISTA QUE PREFERIU A MORTE AO BATISMO
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