A Dilma tem que suspender o leilão de Libra.
Contra os espiões-ladrões do pré-sal, mais Petrobras.
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Acabo de assistir a reportagem do Fantástico, de Sonia Bridi e Glen Greenwald, sobre a espionagem da National Security Agency , a NSA, sobre a Petrobras.
Evidente que, quando se invadem computadores de uma empresa de petróleo de outro país, o que se busca é informação sobre… petróleo.
E como o Brasil, até agora, não é um grande produtor de petróleo, extraindo apenas o que dá para seu consumo interno, é obvio que a informação relevante, que poderia servir de causa a esta violação não são nossos poços relativamente modestos, mas as gigantescas reservas descobertas nos últimos seis anos: o pré-sal.
É provável que o governo brasileiro já tivesse a suspeita de que isso pudesse estar ocorrendo e seja esta a razão de duas decisões: a de protelar, por mais de três anos após a edição da nova lei de partilha do petróleo a concessão de novas áreas do pré-sal e a de, no primeiro e mais importante leilão de concessão, ter optado por licitar toda a área do campo de Libra como um só bloco, quando poderia te-la repartido em vários blocos, aumentando a soma dos lances ofertados.
Suspeitando ou não, o que se revelou é gravissimo e obriga a uma mudança de olhar sobre a concessao de Libra.
Suspender o leilão, que seria a reação mais linear, talvez seja de pouca valia: o que havia para saber já foi sugado pelos tentáculos dos espiões americanos que, obviamente, repassaram o que havia de relevante para as petroleiras que fazem parte de sua ação geopolítica mundial.
Protelar a fruição desta riqueza pelo país, pode ser necessário, até um certo ponto. Depois dele, significa nos furtarmos de seu usufruto e privar dele o povo brasileiro.
O mais eficiente é operar o leilão de forma a garantir uma completa hegemonia da Petrobras sobre o campo, assunto do qual se tratou hoje aqui.
As explicações de que se trata de eventual roubo de tecnologia, feitas pelo sr. Adriano Pires, conhecido simpatizante da desnacionalização de nosso petróleo, são superficiais e pueris. Tecnologia pode ser desenvolvida, com investimento. Reservas de petróleo, não.
Ao contrário dos americanos, como um país democrático, temos de operar dentro da lei.
Mas não como tolos, que fingem que isso não aconteceu.
O Governo brasileiro está respaldado, moral e objetivamente, para tomar todas as iniciativas que visem a preservação do interesse nacional, inclusive e sobretudo fixar regras que assegurem, além dos 30% já garantidos a Petrobras, o necessário controle majoritário das áreas do pré-sal, sem prejuízo de aportes de capital que ultrapassem aquela parcela, na forma de contratos futuros de comercialização do óleo com quem nos queira comprá-lo, e não roubá-lo.
E as explicações que Barack Obama prometeu até esta quarta-feira terão de ir além do blá-blá-blá do “terrorismo”.
Quarta-feira, aliás, é 11 de setembro.
E neste 11 de setembro, vamos ter uma boa oportunidade de ver quem, de fato, pratica o fundamentalismo econômico, capaz de agir sub-repticiamente para causar dano a outros países.
E de descobrir quais são, aqui, os quinta-coluna que vão continuar, se é que terão a coragem, a defender a entrega do nosso petróleo às multinacionais.
Por: Fernando Brito
Evidente que, quando se invadem computadores de uma empresa de petróleo de outro país, o que se busca é informação sobre… petróleo.
E como o Brasil, até agora, não é um grande produtor de petróleo, extraindo apenas o que dá para seu consumo interno, é obvio que a informação relevante, que poderia servir de causa a esta violação não são nossos poços relativamente modestos, mas as gigantescas reservas descobertas nos últimos seis anos: o pré-sal.
É provável que o governo brasileiro já tivesse a suspeita de que isso pudesse estar ocorrendo e seja esta a razão de duas decisões: a de protelar, por mais de três anos após a edição da nova lei de partilha do petróleo a concessão de novas áreas do pré-sal e a de, no primeiro e mais importante leilão de concessão, ter optado por licitar toda a área do campo de Libra como um só bloco, quando poderia te-la repartido em vários blocos, aumentando a soma dos lances ofertados.
Suspeitando ou não, o que se revelou é gravissimo e obriga a uma mudança de olhar sobre a concessao de Libra.
Suspender o leilão, que seria a reação mais linear, talvez seja de pouca valia: o que havia para saber já foi sugado pelos tentáculos dos espiões americanos que, obviamente, repassaram o que havia de relevante para as petroleiras que fazem parte de sua ação geopolítica mundial.
Protelar a fruição desta riqueza pelo país, pode ser necessário, até um certo ponto. Depois dele, significa nos furtarmos de seu usufruto e privar dele o povo brasileiro.
O mais eficiente é operar o leilão de forma a garantir uma completa hegemonia da Petrobras sobre o campo, assunto do qual se tratou hoje aqui.
As explicações de que se trata de eventual roubo de tecnologia, feitas pelo sr. Adriano Pires, conhecido simpatizante da desnacionalização de nosso petróleo, são superficiais e pueris. Tecnologia pode ser desenvolvida, com investimento. Reservas de petróleo, não.
Ao contrário dos americanos, como um país democrático, temos de operar dentro da lei.
Mas não como tolos, que fingem que isso não aconteceu.
O Governo brasileiro está respaldado, moral e objetivamente, para tomar todas as iniciativas que visem a preservação do interesse nacional, inclusive e sobretudo fixar regras que assegurem, além dos 30% já garantidos a Petrobras, o necessário controle majoritário das áreas do pré-sal, sem prejuízo de aportes de capital que ultrapassem aquela parcela, na forma de contratos futuros de comercialização do óleo com quem nos queira comprá-lo, e não roubá-lo.
E as explicações que Barack Obama prometeu até esta quarta-feira terão de ir além do blá-blá-blá do “terrorismo”.
Quarta-feira, aliás, é 11 de setembro.
E neste 11 de setembro, vamos ter uma boa oportunidade de ver quem, de fato, pratica o fundamentalismo econômico, capaz de agir sub-repticiamente para causar dano a outros países.
E de descobrir quais são, aqui, os quinta-coluna que vão continuar, se é que terão a coragem, a defender a entrega do nosso petróleo às multinacionais.
Por: Fernando Brito
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