O movimento eleitoral dos tucanos e o abraço de tamanduá
Ontem, o governador Geraldo Alckmin foi até Minas Gerais e, durante cerimônia oficial, fez fartos elogios ao presidenciável tucano Aécio Neves. Disse inclusive que Aécio “pode” contar com o apoio do diretório paulista do PSDB à sua possível candidatura ao Planalto em 2014.Alckmin foi o orador oficial da cerimônia de entrega da Medalha Presidente Juscelino Kubitscheck, em Diamantina, onde nasceu JK. A medalha é a segunda maior homenagem concedida pelo governo mineiro e Alckmin foi o primeiro tucano ligado a José Serra a recebê-la nos 12 anos de gestão do PSDB no Estado.
Ora, pelos critérios do próprio Aécio e de Roberto Freire, do PPS, o que os tucanos fizeram foi puro movimento eleitoral travestido de homenagem ao governador de São Paulo. Afinal, não é disso que acusam a presidenta Dilma Rousseff quando ela faz pronunciamentos na TV ou participa de cerimônias oficiais?
Não foi também alegando isso que a oposição foi à Justiça para tentar censurar a presidenta pelo seu pronunciamento no dia 6 de setembro, alegando propaganda eleitoral?
Quando é com os tucanos, tudo bem falar o que quiserem, até mesmo de modo explícito? Quando é com o PT vira crime?
Abraço de tamanduá
De qualquer maneira, o encontro ontem em Minas Gerais foi mais jogo de cena do que outra coisa qualquer. Alckmin evitou dar seu apoio pessoal ao senador. Respondeu que Aécio “pode” contar com o apoio do PSDB de São Paulo caso saia candidato a presidente. Nada mais.
Alckmin comparou Aécio a JK. “O Brasil continua contando com Minas”, disse ao fazer a comparação. No discurso de nove minutos, Alckmin fez a comparação diversas vezes, mas sempre fazia questão de acrescentar o governador de Minas, o também tucano Antonio Anastasia.
Já quando questionado duas vezes se suas declarações significavam seu apoio direto a Aécio na disputa com Serra, Alckmin foi evasivo. Apenas elogiou Aécio, de novo.
Todos esses rapapés e salamaleques, como se diz no interior, de Alckmin para Aécio são abraços de tamanduá. Desde que em 2002, 2006 e 2010, Aécio traiu São Paulo (Serra em 2002 e 2010, e Alckmin em 2006) e os derrotou em Minas, Alckmin tem é se mostrado um adepto daquela máxima celebrizada por Leonel Brizola: “vingança é um prato que se come frio”. Uma coisa é o que fala de público, outra como age nos bastidores… Igualzinho Serra faz…
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