terça-feira, 17 de setembro de 2013

SÍRIA - Um contraponto à posição americana.

Ocidente ignora reunião de líderes de países com mais a perder na Síria


Enquanto os chanceleres russo e americano discutiam como desarmar a Síria em Genebra, em Bishek, capital do Quirguistão, os presidentes russo, chinês e iraniano faziam um contraponto ao posicionamento americano




No último fim de semana, ficou de fora do noticiário ocidental uma notícia importante sobre um encontro entre os líderes dos países mais interessados em restabelecer a ordem na Síria. Em meio a um fluxo constante de notícias sobre as discussões em Genebra para desarmar a Síria entre o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, e seu homólogo russo, Sergei Lavrov, passou despercebida uma reunião que acontecia simultaneamente na remota Bishek, capital do Quirguistão, entre os presidentes russo, Vladmir Putin, chinês, Xi Jinping, o recém-eleito iraniano, Hassan Rouhani , além dos líderes dos países da Ásia Central Quirguistão, Tajiquistão, Uzbequistão e Cazaquistão.
A reunião marcou o encontro anual da Organização de Cooperação de Xangai (SCO, na sigla em inglês), integrada pelos países mencionados acima (O Irã é apenas observador, mas pleiteia uma vaga permanente). O objetivo declarado dessa cúpula é formar as bases para uma nova ordem eurasiana, estimulando a cooperação política e econômica entre os países da região. Entretanto, o foco da última reunião não pôde deixar de ser a Síria. O conjunto de chefes ali reunidos se opõe à dominação norte-americana do conflito sírio, acredita que os EUA declararam a morte política do presidente sírio Bashar al Assad de forma apressada, unilateral e arrogante, sem levar em conta os interesses de países aliados, vizinhos ou até mesmo da própria população síria.

Neste encontro, os líderes assinaram a Declaração de Bishek, documento que esclarece o posicionamento conjunto do grupo com relação aos assuntos mais prementes da política mundial, entre os quais a guerra síria e o programa nuclear iraniano. Os líderes declararam que consideram inaceitável uma intervenção estrangeira contra um país soberano sem autorização da ONU. Eles acreditam que a população síria deve ser dada uma oportunidade para resolver seus conflitos internos por conta própria, uma vez que a necessidade de uma operação militar perdeu urgência quando o país concordou em aderir à Convenção de Armas Químicas.
“As últimas medidas diplomáticas reduziram a ameaça de intervenção militar direta”, disse Putin na sexta-feira, 13, durante a cúpula. “Uma questão importante neste contexto agora é a iniciativa de estabelecer controle internacional sobre as armas químicas da Síria.”


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