(HD) - Para a maioria das pessoas, o futebol tem mais a ver
com a paz e o esporte, do que com política internacional.
No entanto, o componente geopolítico, dependendo de quem estiver em campo, pode ser
determinante para o resultado de um campeonato ou de um jogo em particular.
Dessa forma, é fácil entender que uma partida entre Camarões
e Costa Rica, seria disputada de forma diferente que um embate entre
Brasil-Argentina, Alemanha-Inglaterra, ou a Rússia- Estados Unidos. Isso, sem sequer imaginar,
por hipótese, um “amistoso” entre Palestina e Israel, por exemplo.
Não custa nada, portanto, aproveitando o resultado do sorteio
da FIFA – escrever algumas linhas sobre o grupo que nos coube na primeira fase
da Copa do Mundo de 2014.
O jogo de estreia será contra a Croácia, um adversário que
não se deve subestimar. País de ilhas e
montanhas, com menos de cinco milhões de habitantes, a Croácia já foi
parte do Sacro Império Romano-Germânico,
do Império Austro-Húngaro e da Iugoslávia, de quem se separou depois da morte
de Tito, em 1992, com a fragmentação do país - incentivada e patrocinada pela
Europa e os EUA – em seis diferentes países e duas regiões autônomas.
Após mil anos de guerras, e com pouco mais de vinte anos de
independência, a Croácia é fortemente nacionalista. Embora não tenha nada
contra o Brasil em particular, vai aproveitar a Copa do Mundo, desde o primeiro
jogo, para dourar o ego. E se afirmar no contexto da União Europeia, para a
qual entrou neste ano, e, particularmente, com relação aos seus rivais sérvios,
que eliminou da Copa com um empate neste ano, na capital adversária, Belgrado, no
estádio do Estrela Vermelha que tem o
curioso - e simpático - apelido de Marakana.
Pela distância, juventude, e simpatia, Camarões se parece com
o Brasil ingênuo e humano - em termos futebolísticos - de outros tempos, e deve
entrar em campo, principalmente, para praticar e curtir a alegria de jogar
futebol.
No caso do México, a história é outra. Nos últimos anos,
pouco confortável com a ascensão brasileira no contexto internacional, o México
tem visto o Brasil como seu principal competidor. Essa suposta rivalidade é
constantemente incentivada pela imprensa mexicana, em questões como a derrota
do candidato mexicano para um brasileiro na eleição para a Organização Mundial
do Comércio; ou o papel da Aliança do Pacífico, como contraponto ao Mercosul
e ao projeto de integração brasileiro na
América do Sul, em organismos como a UNASUL e o Conselho de Defesa
Sul-americano.
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