sexta-feira, 12 de junho de 2015

ECONOMIA - A pressão do FMI sobre a Grécia.

FMI abandona negociações com a Grécia para pressionar o país


O Fundo Monetário Internacional (FMI) abandonou as negociações com os representantes do Governo grego, em Bruxelas, alegando falta de progressos para um acordo. No entanto, a atitude do órgão pode ser encarada como uma forma de pressão para que a Grécia implemente novas medidas de austeridade.



Diretora-geral do FMI, Christine Lagarde e ministro grego de finanças, Yanis Varoufakis Diretora-geral do FMI, Christine Lagarde e ministro grego de finanças, Yanis Varoufakis
"Existem grandes diferenças entre nós [FMI e Governo grego] na maioria das áreas-chave. Não houve qualquer progresso na redução dessas diferenças, recentemente", afirmou o porta-voz do FMI, para justificar a retirada da equipe negocial da instituição.

O ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, já havia isso no Parlamento que as negociações técnicas, em Bruxelas, tinham terminado.

Apesar da equipe do Fundo Monetário Internacional ter abandonado as negociações, a diretora-geral da instituição, Christine Lagarde, vai participar na reunião de ministros das Finanças da Zona do Euro, em Luxemburgo, no próximo dia 18 de junho, garantiu Rice.

Entretanto, o governo grego já afirmou que a equipe negocial "está pronta" para intensificar os esforços no sentido de chegar a um acordo "nem que seja nas próximas 24 horas".

"Por essa razão [a equipe] vai continuar a trabalhar nas questões pendentes como déficit orçamental e a sustentabilidade da dívida", disse o porta-voz do Executivo grego, citado pelo The Guardian.

A decisão do FMI surge no mesmo dia em que vários responsáveis europeus sinalizaram a possibilidade de chegarem a um acordo com a Grécia nos próximos dias.

Já o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, defendeu que um acordo com a Grécia "é prática e tecnicamente possível" até à reunião de 18 de junho. "Mas se é politicamente possível não sei", acrescentou.

"A saída da Grécia do euro seria muito, muito prejudicial para o país e também teria riscos negativos para a Europa. Alguns dizem que os riscos são hoje muito mais limitados do que eram há alguns anos. Talvez isso seja verdade", referiu Dijsselbloem, em declarações aos jornalistas, em Talim, na Estônia.

O comissário europeu de Assuntos Econômicos, Pierre Moscovici, advertiu sobre o perigo que resultaria uma saída de Grécia da Eurozona, ante a falta de um acordo financeiro sustentável.

Tais declarações conheceram-se depois de o premiê grego, Alexis Tsipras, ter se reunido com a chanceler federal alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, François Hollande, para acelerar as negociações quanto à dívida grega.

Os credores de Atenas agora exigem da Grécia que, para cumprir seus objetivos fiscais, deve mudar regras para as aposentadorias, sob o pretexto de que essa retribuição média na Grécia é maior que a alemã e que os gregos se aposentam anos antes dos alemães, quando a economia dos segundos é sensivelmente maior.

A respeito, o premiê grego assegurou que os líderes europeus estão dispostos a encontrar uma solução viável, que permita a Grécia retornar, com coesão social e segurança, ao crescimento e a ter uma dívida sustentável.

Nesta quarta-feira (10), ele disse que Atenas pediu a seus sócios uma nova prorrogação de nove meses de seu resgate financeiro.



Com informações da Prensa Latina e do Jornal de Negócios

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