FMI abandona negociações com a Grécia para pressionar o país
O Fundo Monetário Internacional (FMI) abandonou as negociações com os representantes do Governo grego, em Bruxelas, alegando falta de progressos para um acordo. No entanto, a atitude do órgão pode ser encarada como uma forma de pressão para que a Grécia implemente novas medidas de austeridade.
Diretora-geral
do FMI, Christine Lagarde e ministro grego de finanças, Yanis Varoufakis
"Existem
grandes diferenças entre nós [FMI e Governo grego] na maioria das áreas-chave.
Não houve qualquer progresso na redução dessas diferenças, recentemente",
afirmou o porta-voz do FMI, para justificar a retirada da equipe negocial da
instituição.O ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, já havia isso no Parlamento que as negociações técnicas, em Bruxelas, tinham terminado.
Apesar da equipe do Fundo Monetário Internacional ter abandonado as negociações, a diretora-geral da instituição, Christine Lagarde, vai participar na reunião de ministros das Finanças da Zona do Euro, em Luxemburgo, no próximo dia 18 de junho, garantiu Rice.
Entretanto, o governo grego já afirmou que a equipe negocial "está pronta" para intensificar os esforços no sentido de chegar a um acordo "nem que seja nas próximas 24 horas".
"Por essa razão [a equipe] vai continuar a trabalhar nas questões pendentes como déficit orçamental e a sustentabilidade da dívida", disse o porta-voz do Executivo grego, citado pelo The Guardian.
A decisão do FMI surge no mesmo dia em que vários responsáveis europeus sinalizaram a possibilidade de chegarem a um acordo com a Grécia nos próximos dias.
Já o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, defendeu que um acordo com a Grécia "é prática e tecnicamente possível" até à reunião de 18 de junho. "Mas se é politicamente possível não sei", acrescentou.
"A saída da Grécia do euro seria muito, muito prejudicial para o país e também teria riscos negativos para a Europa. Alguns dizem que os riscos são hoje muito mais limitados do que eram há alguns anos. Talvez isso seja verdade", referiu Dijsselbloem, em declarações aos jornalistas, em Talim, na Estônia.
O comissário europeu de Assuntos Econômicos, Pierre Moscovici, advertiu sobre o perigo que resultaria uma saída de Grécia da Eurozona, ante a falta de um acordo financeiro sustentável.
Tais declarações conheceram-se depois de o premiê grego, Alexis Tsipras, ter se reunido com a chanceler federal alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, François Hollande, para acelerar as negociações quanto à dívida grega.
Os credores de Atenas agora exigem da Grécia que, para cumprir seus objetivos fiscais, deve mudar regras para as aposentadorias, sob o pretexto de que essa retribuição média na Grécia é maior que a alemã e que os gregos se aposentam anos antes dos alemães, quando a economia dos segundos é sensivelmente maior.
A respeito, o premiê grego assegurou que os líderes europeus estão dispostos a encontrar uma solução viável, que permita a Grécia retornar, com coesão social e segurança, ao crescimento e a ter uma dívida sustentável.
Nesta quarta-feira (10), ele disse que Atenas pediu a seus sócios uma nova prorrogação de nove meses de seu resgate financeiro.
Com informações da
Prensa Latina e do Jornal de Negócios
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