Mídia abafa protesto dos trabalhadores
Por Altamiro
Borges
Na sexta-feira (29), milhares de trabalhadores realizaram protestos em todo o país contra o projeto de terceirização aprovado na Câmara Federal e contra as medidas de austeridade fiscal do governo Dilma. Metalúrgicos, bancários, professores, condutores de ônibus, entre outras categorias, cruzaram os braços por algumas horas, saíram em passeata nas capitais, distribuíram milhões de panfletos e exibiram faixas gigantescas. Mas o “dia nacional de paralisações e mobilizações”, convocado pelas centrais sindicais e pelos movimentos sociais, como MST, UNE e MTST, não foi manchete nos jornalões e nem teve destaque nas emissoras de televisão e rádio. O protesto virou uma “não-notícia”!
A operação-abafa tem motivos óbvios. Um deles é histórico. A mídia patronal sempre foi contra as lutas dos trabalhadores, até porque explora milhares de profissionais – inclusive os jornalistas que chamam o patrão de companheiro. A outra razão é conjuntural. Em editoriais, todos os veículos apoiaram o projeto da terceirização, que reduz salário e eleva a jornada de trabalho – além de sabotar a organização sindical. No caso do ajuste fiscal, incluindo as medidas provisórias que restringem o acesso a direitos trabalhistas, a mídia também manifestou seu apoio, mesmo fazendo oposição ao governo Dilma. A Folha tucana até criticou o oportunismo do PSDB, que votou contra ao apostar no “quanto pior, melhor”.
Apesar da sabotagem explícita da mídia, milhares de trabalhadores manifestaram sua revolta nesta sexta-feira. Segundo balanço da CUT, a maior central sindical brasileira, os protestos atingiram todos os Estados, sem exceção. Na capital paulista, ruas e avenidas foram interditadas em várias regiões da cidade. A única cena de violência registrada ocorreu no campus da Universidade de São Paulo (USP), quando tropas da PM investiram com sua costumeira truculência contra os manifestantes, atirando bombas de gás e balas de borracha. Um vídeo captou o momento de covardia, quando um soldado da PM deu um soco numa jovem estudante do curso de letras. Cinco pessoas ficaram feridas.
No ABC paulista, 55 mil trabalhadores, a maioria metalúrgicos, participaram de uma passeata. Em São José dos Campos, no interior, metalúrgicos da GM, Avibras, TI Automotive, MWL e Blue Tech cruzaram os braços por 24 horas – na Embraer a parada foi de três horas. Em Recife, 11 líderes sindicais foram presos em manifestação no Porto de Suape, na região metropolitana da cidade. Ainda houve paralisação dos ônibus e metrôs da capital pernambucana. Trabalhadores dos transportes de outras capitais, como Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS) e Fortaleza (CE), também cruzaram os braços. O saldo das mobilizações, segundo Vagner Freitas, presidente da CUT, foi “altamente positivo”. No mesmo rumo, Adilson Araújo, presidente da CTB, prevê novas ações contra o projeto de terceirização nas próximas semanas.
Um dado altamente positivo do “dia nacional” de luta foi a participação ativa de outros movimentos sociais. O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) paralisou avenidas em São Paulo. Já o MST bloqueou estradas em vários Estados. Segundo relato do jornal Brasil de Fato, os sem-terra protestaram contra a terceirização e o ajuste fiscal do governo, que reduziu os recursos para a reforma agrária. “O orçamento do Ministério do Desenvolvimento Agrário, que estava previsto em R$ 3,6 bilhões, foi cortado pela metade e agora contará com R$ 1,8 bilhão. No primeiro mandato da presidenta Dilma Rousseff, entre 2010 e 2014, o corte no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) chegou a 75%”.
Apesar do saldo positivo das mobilizações, a mídia patronal evitou dar destaque. Curiosamente, um dia antes, uma marcha golpista em Brasília, que reuniu alguns fascistas mirins berrando pelo impeachment de Dilma, teve a maior repercussão no Jornal Nacional da TV Globo. Eles foram recebidos pelo presidente da Câmara Federal, o lobista Eduardo Cunha, fizeram provocações nos corredores do Congresso e tiraram fotos com notórios bandidos. A marcha foi um fiasco, mas até parecia que os fascistas mirins estavam prestes a tomar de assalto o Palácio do Planalto. Com sua seletividade, a mídia evidenciou mais uma vez a sua opção política. Abafou o protesto dos trabalhadores e realçou o ridículo ato golpista!
Na sexta-feira (29), milhares de trabalhadores realizaram protestos em todo o país contra o projeto de terceirização aprovado na Câmara Federal e contra as medidas de austeridade fiscal do governo Dilma. Metalúrgicos, bancários, professores, condutores de ônibus, entre outras categorias, cruzaram os braços por algumas horas, saíram em passeata nas capitais, distribuíram milhões de panfletos e exibiram faixas gigantescas. Mas o “dia nacional de paralisações e mobilizações”, convocado pelas centrais sindicais e pelos movimentos sociais, como MST, UNE e MTST, não foi manchete nos jornalões e nem teve destaque nas emissoras de televisão e rádio. O protesto virou uma “não-notícia”!
A operação-abafa tem motivos óbvios. Um deles é histórico. A mídia patronal sempre foi contra as lutas dos trabalhadores, até porque explora milhares de profissionais – inclusive os jornalistas que chamam o patrão de companheiro. A outra razão é conjuntural. Em editoriais, todos os veículos apoiaram o projeto da terceirização, que reduz salário e eleva a jornada de trabalho – além de sabotar a organização sindical. No caso do ajuste fiscal, incluindo as medidas provisórias que restringem o acesso a direitos trabalhistas, a mídia também manifestou seu apoio, mesmo fazendo oposição ao governo Dilma. A Folha tucana até criticou o oportunismo do PSDB, que votou contra ao apostar no “quanto pior, melhor”.
Apesar da sabotagem explícita da mídia, milhares de trabalhadores manifestaram sua revolta nesta sexta-feira. Segundo balanço da CUT, a maior central sindical brasileira, os protestos atingiram todos os Estados, sem exceção. Na capital paulista, ruas e avenidas foram interditadas em várias regiões da cidade. A única cena de violência registrada ocorreu no campus da Universidade de São Paulo (USP), quando tropas da PM investiram com sua costumeira truculência contra os manifestantes, atirando bombas de gás e balas de borracha. Um vídeo captou o momento de covardia, quando um soldado da PM deu um soco numa jovem estudante do curso de letras. Cinco pessoas ficaram feridas.
No ABC paulista, 55 mil trabalhadores, a maioria metalúrgicos, participaram de uma passeata. Em São José dos Campos, no interior, metalúrgicos da GM, Avibras, TI Automotive, MWL e Blue Tech cruzaram os braços por 24 horas – na Embraer a parada foi de três horas. Em Recife, 11 líderes sindicais foram presos em manifestação no Porto de Suape, na região metropolitana da cidade. Ainda houve paralisação dos ônibus e metrôs da capital pernambucana. Trabalhadores dos transportes de outras capitais, como Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS) e Fortaleza (CE), também cruzaram os braços. O saldo das mobilizações, segundo Vagner Freitas, presidente da CUT, foi “altamente positivo”. No mesmo rumo, Adilson Araújo, presidente da CTB, prevê novas ações contra o projeto de terceirização nas próximas semanas.
Um dado altamente positivo do “dia nacional” de luta foi a participação ativa de outros movimentos sociais. O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) paralisou avenidas em São Paulo. Já o MST bloqueou estradas em vários Estados. Segundo relato do jornal Brasil de Fato, os sem-terra protestaram contra a terceirização e o ajuste fiscal do governo, que reduziu os recursos para a reforma agrária. “O orçamento do Ministério do Desenvolvimento Agrário, que estava previsto em R$ 3,6 bilhões, foi cortado pela metade e agora contará com R$ 1,8 bilhão. No primeiro mandato da presidenta Dilma Rousseff, entre 2010 e 2014, o corte no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) chegou a 75%”.
Apesar do saldo positivo das mobilizações, a mídia patronal evitou dar destaque. Curiosamente, um dia antes, uma marcha golpista em Brasília, que reuniu alguns fascistas mirins berrando pelo impeachment de Dilma, teve a maior repercussão no Jornal Nacional da TV Globo. Eles foram recebidos pelo presidente da Câmara Federal, o lobista Eduardo Cunha, fizeram provocações nos corredores do Congresso e tiraram fotos com notórios bandidos. A marcha foi um fiasco, mas até parecia que os fascistas mirins estavam prestes a tomar de assalto o Palácio do Planalto. Com sua seletividade, a mídia evidenciou mais uma vez a sua opção política. Abafou o protesto dos trabalhadores e realçou o ridículo ato golpista!
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