sexta-feira, 26 de junho de 2009

URUGUAI - Ex-guerrilheiro que se inspira em Lula é favorito em prévias eleitorais.

Os partidos do Uruguai decidem neste domingo quem serão os candidatos que disputarão a sucessão do presidente socialista Tabaré Vázquez nas eleições de outubro. O nome mais forte da disputa, segundo pesquisas de intenção de voto, é o do ex-ministro da Agricultura do atual governo, José Mujica, pré-candidato da Frente Ampla, de Vázquez.

A notícia é de Marcos de Moura e Souza e publicada pelo jornal Valor, 26-06-2009.

Ex-guerrilheiro de esquerda e político carismático, Mujica, de 71 anos, tem dito que, se eleito, se inspirará na gestão do presidente Lula, seguindo, diz ele, a receita de um manejo responsável da economia e a ênfase em políticas sociais e de distribuição de renda.

Duas pesquisas divulgadas esta semana dizem que Mujica terá entre 53% e 56% dos votos na convenção da Frente Ampla. O outro pré-candidato da coalizão governista, o ex-ministro da Economia, Danilo Astori - que no início da campanha chegou a receber o apoio de Vázquez -, está na faixa dos 30%.

Na oposição, o ex-presidente Luis Alberto Lacalle (1990-1995), do Partido Nacional (ou Blanco) de centro-direita, é o que tem mais chances nas eleições de 25 de outubro. Segundo duas pesquisas desta semana, ele terá entre 56% a 63% nas prévias. Mas, se a reta final da disputa ficar entre ele e Mujica, o governista teria 43,4% dos votos, e Lacalle, 27,5%. Pedro Bordaberry, do Partido Colorado, teria 6,1%.

Depois de cinco anos no governo, Vázquez continua bem avaliado pelo eleitorado, o que ajuda a fortalecer a Frente Ampla a eleger aquele que seria o segundo presidente de esquerda, após uma sucessão de governos conservadores dos partidos Nacional e Colorado.

O maior trunfo da Frente é o desempenho econômico do Uruguai e os investimentos para redução da pobreza. Em 2007, a economia uruguaia cresceu 7,6%. Em 2008, 8,9%. E este ano, quando muitas economias da região e do mundo vão encolher, o país, segundo previsão do governo, crescerá 2%. Mujica promete seguir a mesma trilha - inspirando-se também em Lula.

O pré-candidato é mais incisivo que os demais quando defende o fim do sigilo bancário no país. Quanto ao Mercosul, advoga o aprofundamento dos laços entre os sócios e mais benefícios para os países menores.

O Partido Nacional, de Lacalle, ao contrário, fala em menos Mercosul e mais independência do país para negociar acordos bilaterais fora do bloco e eventualmente até a desvinculação uruguaia. O Partido Nacional não deve focar sua campanha na questão econômica, área em que o governo teria mais o que mostrar.

Segundo o senador "blanco" Julio Lara, problemas com segurança pública e também a elevada migração de jovens devem ter destaque na campanha da oposição.
Fonte:IHU

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