O ritmo de desmatamento do cerrado poderá elevar de 39% para 47% o percentual devastado do bioma até 2050, de acordo com projeções do Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (Lapig) da Universidade Federal de Goiás. E a situação pode ser ainda pior, de acordo com o professor Nilson Clementino Ferreira, uma vez que as previsões consideram apenas o desmatamento absoluto. "Se for pensar em áreas degradadas, o número pode chegar a 70% ou 80%."
A notícia é do jornal Valor, 22-06-2009.
A abertura de áreas para pasto e agricultura e principalmente o avanço da cana-de-açúcar impulsionado pela demanda de biocombustíveis deverão ser os vilões do cerrado, de acordo com o estudo. A maior parte dos desmatamentos na região até agora, segundo o pesquisador, está próxima a áreas de pastagem e no chamado Arco do Desmatamento da Amazônia Legal, no cerrado mato-grossense.
A baixa produtividade da pecuária na região que chega a destinar mais de um hectare para cada boi e a situação fundiária "vergonhosa", na avaliação de Ferreira, também contribuem para a previsão desanimadora para a área.
As lavouras de cana, que atualmente ocupam 31 mil quilômetros quadrados, devem chegar a uma área pelo menos quatro vezes maior até 2050, com 145 mil quilômetros quadrados plantados. "E a expansão deve seguir o eixo da rodovia BR-153, muitos municípios serão 100% ocupados pela cana", prevê.
O zoneamento da cana prometido pelo governo há anos, mas ainda não apresentado, não deverá ser suficiente para conter o avanço da produção sobre áreas remanescentes de vegetação nativa. Segundo Ferreira, a destruição do cerrado coloca em risco a disponibilidade de recursos hídricos para outros biomas.
Fonte:IHU
Um comentário:
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