Do blog zurdo-zurdo
Os meios de produção de riqueza do país estão concentrados nas mãos de 6% dos brasileiros. De cada 20 brasileiros, apenas um é dono de alguma propriedade geradora de renda: empresa, imóvel, propriedade rural ou até mesmo conhecimento (também considerado como um bem). Os proprietários brasileiros têm um perfil específico comum. A grande maioria tem entre 30 e 50 anos de idade, é de cor branca, concluiu o ensino superior, e não têm sócios. Essas são algumas das conclusões apresentadas no livro Proprietários: Concentração e Continuidade lançado dia 2 de abril, em São Paulo. A publicação é o terceiro volume da série Atlas da Nova Estratificação Social do Brasil, produzida por Marcio Pochmann, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), e vários economistas do órgão.
Ao falar sobre a pesquisa, Pochmann destacou que a concentração das propriedades no Brasil é um traço colonial. Desde a concessão das primeiras propriedades agrícolas, passando pela industrialização ocorrida no século 20, até o aumento da atividade financeira, os meios de produção sempre estiveram sob controle da mesma e restrita parcela da população nacional. O Brasil tem um dos piores índices de destribuição dos meios de produção de riqueza em toda a América Latina. “A urbanização aumentou o número de propriedades e de proprietários, mas não acompanhou o aumento da população. A concentração permanece. Nós nunca vivemos uma experiência de democratização do acesso às propriedades no nosso país”, observou o presidente do Ipea.
Postado por Marco Aurélio Weissheimer
Postado por MÁRCIO MOMBACH
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