Os jornais de hoje trazem algumas manifestações de apoio a José Serra e a Roberto Requião que merecem ser comentadas.
A primeira é o artigo do senhor Roberto Jefferson, na Folha de S. Paulo (leia na íntegra aqui ).
Ele, com a retumbância verbal que lhe é peculiar, agarra-se ao discurso do moralismo e da anticorrupção (?!!), para acusar o PT e os socialistas em geral de não apenas terem cooptado as oligarquias e o empresariado como, também, de ter aparelhado todo o Estado, inclusive o Ministério Público e o Judiciário:
O maior erro que as débeis oposições cometem é não saber enfrentar o modelo político socialista.
É de acentuar que a quase totalidade do empresariado nacional já foi cooptada e aceita naturalmente o petismo, que se adonou e faz uso do histórico caráter patriarcal do Estado brasileiro -sedimentado pela ditadura militar- em seu benefício.(…)
Nenhum deles confronta a tradição doutrinária de controle da máquina pública e do exercício do poder, delineada desde Maquiavel.
Seguidor de Lênin, Trótski, Stálin e Gramsci, o petismo, por meio de seu núcleo dominante, abriu mão da luta armada, mas não do objetivo revolucionário. (…)
A eventual saída do PT da Presidência, porém, não mudará esse quadro. Porque os aparatos administrativo-arrecadadores (Receita Federal, INSS) e fiscalizadores senso estrito (policial e judicial), além da órbita cultural, foram aparelhados.
O PT detém controle também sobre os sindicatos, o funcionalismo público, o aparato repressivo (MPF e PF, usados para destruir seus inimigos, fazendo terrorismo e chantagem política), os estudantes, os camponeses, a igreja, a intelectualidade artística, universitária e jurídica.
Se eleito, portanto, José Serra vai comandar uma máquina estatal dominada por adversários, muitos deles indicados para atuar em tribunais superiores. Sem esquecer o MST, que mantém acampamentos ao longo das principais rodovias (e pode, a qualquer momento, paralisar o país).
Acho que o ex-deputado esqueceu de colocar os Correios nesta lista de instituições aparelhadas, não é?
Aliás, eu penso que o afastamento de grupos como o do ex-deputado Jefferson é uma das grandes razões do salto positivo do Governo Lula no segundo mandato, em relação ao primeiro.
A outra manifestação foi de Eliseu Padilha, ex-ministro de Fernando Henrique e hoje deputado. Ele disse que o PMDB está elaborando um programa de governo que ‘é o primeiro passo para uma candidatura própria” , no caso a do governador Roberto Requião. Diz lá, na Folha Online:
Liderado pelo governador Roberto Requião (PR) e o ex-governador Orestes Quércia (SP), o grupo do PMDB contrário à aliança nacional com o PT lançou Requião como pré-candidato ao partido à Presidência. “Não vejo ninguém melhor na nossa área do que o Requião”, afirmou o senador Pedro Simon (PMDB-RS), um dos articuladores do nome do paranaense.
Logo o Quércia, Governador Requião?
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