Que Hillary Clinton que nada! A musa do governo Obama hoje é Nancy Pelosi, a toda poderosa presidente da Câmara dos Deputados. Com quase 70 anos, que vai completar sexta-feira, 26 de março, Pelosi tem demonstrado energia e disposição de fazer inveja a muita gente mais jovem. Em dia de votação, como foi a de domingo, ela é a primeira a chegar e a última a sair do plenário, carregando nos ombros o peso e a responsabilidade de liderar a base parlamentar do presidente Obama.
Ela está no cargo desde janeiro de 2007, pegou ainda um período com Bush na Casa Branca. Dizem que ele a odiava, pois Pelosi colocou em dúvida várias vezes posições adotadas por governo Bush, sobretudo nas questões de segurança e tortura de presos suspeitos de terrorismo.
Nancy Pelosi foi sempre uma guerreira. Sua biografia informa que desde a adolescência adorava política e não perdia manifestações em prol de alguém ou de alguma causa, desde que fossem progressistas. Casou cedo, aos 23 anos, com um jovem e promissor empresário da área de imóveis. Teve cinco filhos e dedicou-se a criação deles. Mas sempre inquieta, doida para assumir algum cargo no qual pudesse exercer sua veia política em oposição aos conservadores.
Dá a impressão que Pelosi nasceu no lugar errado. É isso mesmo. Ela mais parece uma guerreira do que uma fina dama, hoje a mais rica do congresso americano. A vida tem dessas coisas. O marido trabalhou duro e acabou tornando-se um magnata de imóveis, tem propriedades nos Estados Unidos, como resorts, clubs e hotéis que valem muitos milhões de dólares.
Mas Pelosi…nem aí! O que ela quer agora, que criou os 5 filhos que lhe deram sete netos, é correr para o abraço. Lutar junto com Obama pela aprovação das mudanças prometidas por ele. Ela tem estado junto com o presidente nos momentos mais difíceis desde que ele tomou posse, mas foi no domingo, na votação da proposta de reforma do sistema de saúde, que ela se destacou enfrentando a rancorosa oposição republicana. Sua participação foi fundamental também no trabalho de convencimento de colegas do Partido Democrata que ainda tinham dúvidas sobre a importância do projeto para o povo americano.
Nancy Pelosi é hoje, sem dúvida, a figura feminina mais influente do governo Obama. Claro que Hillary Clinton, como Secretária de Estado permanece no Olimpo, sempre pronta a ocupar a cadeira do Salão Oval da Casa Branca, se tiver oportunidade, mas sua batalha, apesar de dura e complicada, é na esfera internacional, onde a moeda de troca é o poderio americano.
Pelosi não, ela tem que travar uma guerra interna que se desenrola em seu próprio território, sabendo do perigo que corre ao enfrentar uma direita cada vez mais raivosa, especialmente agora com a derrota na votação do projeto da saúde dos EUA. Ontem mesmo, no canal de notícias MSNBC, denunciavam o crescimento de blogs e sites extremistas que incentivam os cidadãos americanos a voltarem a portar armas ostensivamente. Todo mundo sabe do risco que isso implica num momento de intransigência política como o atual.
Pelo sim, pelo não, se eu fosse a Nancy Pelosi contrataria seguranças e usaria colete à prova de balas e carro blindado. Afinal, ela não vive no Rio ou em São Paulo, mas as estatísticas revelam que o número de atiradores malucos nos EUA não para de crescer, ainda mais quando são incentivados pela mídia e por políticos fanáticos. |
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