Lula: não quero que se repita no Irã o que aconteceu no Iraque
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta quinta-feira (25), que vai continuar defendendo que o Irã tenha o direito de enriquecer urânio para a produção de energia e o uso medicinal e garantiu que não vai se omitir na disputa que coloca os iranianos em confronto com os Estados Unidos e a União Europeia.
“Vocês já sabem da quantidade de crítica que eu tenho recebido porque tomei a decisão de receber o presidente (Mahmoud) Ahmadinejad. E tomei a decisão de ir ao Irã. Eu vou lá porque não quero que se repita no Irã o erro que se cometeu no Iraque”, disse ao ser homenageado em jantar promovido pela comunidade árabe, em São Paulo.Na avaliação do presidente, a guerra contra o Iraque foi fruto de uma “mentira” contada pelas “grandes potências”. "Até agora estamos esperando as armas químicas que diziam que haveria lá", declarou.
Lula afirmou que tentará mediar as divergências entre a nação islâmica e os países que discordam do programa nuclear iraniano. “Nós vamos juntar todas essas preocupações [do Brasil e de outros países] para dizer ao presidente Ahmadinejad: nós queremos paz”.
Lula disse ainda que defenderá o direito do Irã enriquecer o urânio para fins pacíficos, mas deixará claro que é contra o uso da tecnologia nuclear para a produção de armas. “Vou lá para dizer ao presidente Ahmadinejad, em Teerã: 'sou contra você querer fazer armas nucleares, mas sou favorável a você enriquecer urânio como o Brasil enriquece para produzir energia elétrica'”.
No seu discurso, o presidente também cobrou uma participação mais ativa da Organização das Nações Unidas (ONU) em favor da paz no Oriente Médio. E ressaltou que o Brasil pode ter um papel importante na mediação de conflitos na região.
"Fulano tira fotografia com sicrano, ganha prêmio da paz com beltrano, ou seja, cada dia tem um probleminha a mais. Não haverá paz no Oriente Médio enquanto a gente não compreender que a ONU foi a instituição multilateral que criou o Estado de Israel e tem a responsabilidade de trabalhar pela paz", disse. “A paz no Oriente Médio não depende do estado de espírito do governo americano ou dos governos europeus, é uma necessidade para a humanidade viver em paz”, completou.
Com agências
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