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O Brasil tem a maior produção per capita de lixo eletrônico vindo de computadores entre 11 países emergentes e em desenvolvimento selecionados para um estudo conduzido pelo Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente).
A pesquisa da agência da ONU foi divulgada no final de fevereiro pela organização. Com o número de 0,5 quilo de e-lixo per capita por ano, o país está em piores condições que o Quênia, Uganda, o Senegal, o Peru, a Índia, a China, a África do Sul, o Marrocos, a Colômbia e o México.
Além do índice, a ONU criticou a legislação brasileira: "Informações sobre e-lixo no Brasil são escassas; em termos de
políticas e legislação, a falta de uma lei abrangente de gestão de resíduos pode ser vista como o maior obstáculo para uma regulação específica do lixo eletrônico no Brasil."
Quantidades
Os valores foram calculados pelo Pnuma com base em avaliações sobre lixo eletrônico de cada país, mas alguns dados foram estimados. Foi avaliado o mercado de PCs (incluindo computadores de mesa com seus monitores e notebooks), impressoras, celulares, televisões e refrigeradores.
Dados de 2005 citados pelo estudo da ONU mostram que o país gera 96,8 mil toneladas por ano de lixo oriundo de PCs, 17,2 mil toneladas por ano de restos de impressoras, 2.200 toneladas por ano de descartes de celulares, 137 mil toneladas por ano de lixo vindo de TVs e 115,1 mil toneladas por ano de restos de refrigeradores.
Contaminação
Os resíduos de lixo eletrônico, quando não descartados corretamente, acabam por contaminar solo e lençóis freáticos,
já que aparelhos eletrônicos trazem mais de 60 tipos diferentes de substâncias. Entre elas, muitas são tóxicas.
No Brasil, a questão se agrava por não haver regulamentação específica para o assunto. Para minorar o problema, diversas organizações recebem doações de computadores e algumas empresas providenciam o descarte ou
reciclagem de produtos usados. Mas a logística reversa (o fabricante ou comerciante receberem de volta o que venderam) ainda não é prevista em lei -a não ser nos casos das pilhas. Com a aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos -projeto em andamento no Congresso-, a logística reversa deverá se tornar obrigatória.
Nesta edição, saiba como descartar corretamente seus eletrônicos e conheça as doenças que podem ser causadas pelo descaso com o e-lixo.
96,8 mil
toneladas por ano é a
produção total, no
Brasil, de lixo eletrônico
proveniente de
computadores de
mesa e seus monitores
e notebooks
Saiba fazer o descarte correto do e-lixo
NO DEVIDO LUGAR
Computadores antigos podem ser doados a projetos; também dá para devolver o produto a empresas
Se você tem um computador sobrando em casa, diversos projetos aceitam doações, segundo o site Lixo Eletrônico (lixoeletronico.org),
uma boa fonte na hora de consultar informações sobre o assunto. Alguns dos projetos são: Associação Brasileira de Distribuição de Excedentes (www.abre-excedente.org.br), Casas André Luiz (www.andreluiz.org.br), Comitê de Democratização da Informática (www.cdi.org.br), Comlurb do Rio de Janeiro (www.rio.rj.gov.br/comlurb), Projeto Ação Digital (projetoacaodigital.com.br/lixotecnologico) e Agente Cidadão (www.agentecidadao.com.br).
O Museu do Computador (www.museudocomputador.com.br) informa em seu site que aceita doações de equipamentos relacionados ao computador e "reaproveita o material recebido".
O Centro de Recondicionamento de Computadores (www.oxigenio.org.br) também recebe aparelhos. Várias empresas têm seus próprios programas de reciclagem para os consumidores.
Em www.dell.com/recycling, a Dell se propõe a reciclar o seu computador de mesa (com ou sem monitor), notebook, monitor, impressora, scanner e outros. Mas o produto precisa ser da Dell. A empresa pede que o usuário informe dados como o peso estimado do produto e que escolha uma data de coleta com ao menos cinco dias de antecedência.
A Philips também recicla os produtos de sua marca no programa Ciclo Sustentável Philips, disponível em algumas cidades brasileiras. Os pontos de coleta ficam nas assistências técnicas credenciadas para os produtos da Philips. O consumidor precisa acessar www.sustentabilidade.philips.com.br e verificar o posto credenciado mais próximo.
Já a HP diz receber baterias e produtos de sua marca e encaminhar para reciclagem. O contato deve ser feito por um e-mail disponível em bit.ly/reciclagemhp. A Epson também tem um sistema de coleta, veja em epson.com.br/coleta. Por meio desse programa, é possível descartar cartuchos de tinta da marca.
DO SEU LADO
No site e-lixo.org, você informa seu CEP, número da casa e tipo de lixo eletrônico que precisa descartar e o site mostra no mapa pontos para descarte mais próximos; funciona só em São Paulo.
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