O negócio do PIG, GLobo à frente, é desconstruir a imagem da Dilma. O importante é lançar matéria de capa da Época e chamá-la de terrorista. O José Serra, que também combateu a ditadura como membro da Ação Popular, juntamente com seu candidato ao Senado Aluisio Nunes, em nenhum momento é chamado de terrorista.Aliás, não há o menor motivo para chamar a Dilma e o Serra de terroristas.Eles, como milhares de jovens brasileiros idealistas, não se conformaram com a derrubada de um governo legítimamente eleito e lutaram por uma causa justa, correndo risco de vida. Muitos foram presos, torturados, desaparecidos e deveriam ser respeitados pelo caminho que escolheram.Nunca vi os Maquis da resistência francesa, nem os partizans do Marechal Tito que lutaram contra o nazismo, serem chamados de terroristas. Me lembro que quando participei do movimento estudantil de resistência à ditadura, era considerado comunista, subversivo,e me limitava a participar de reuniões, de fazer panfletagens, de jogar bola de gude para derrubar os cavalariços da polícia militar, etc. Ninguém falava em terroristas. Quando aconteceu o golpe dentro do golpe, representado pela edição do Ato Institucional número 5,o famoso AI-5, em 13 de dezembro de 68, todo mundo passou a ser qualificado de terrorista. Terrorista foi o Brigadeiro Burnier que convocou o Parasar, comandado pelo capitão Sérgio Macaco, para explodir o gasômetro e jogar a culpa nos comunistas. Felizmente, o Sérgio Macaco se recusou a cumprir essa ordem, que lhe custou a carreira militar.Terrorista foi o capitão Machado, cuja bomba que ia explodir o Rio Centro, acabou explodindo no seu colo.
Agora pela matéria abaixo, ficamos sabendo que foi excluído pela Globo do projeto Memória do Movimento Estudantil, a participação do Serra nesse movimento.Não sei se o Serra está renegando o seu passado ou se a Globo quer reescrever a história.
Carlos Dória
Enviado por luisnassif,
A Fundação Roberto Marinho montou um projeto de recuperação da memória do movimento estudantil, em parceria com a Rede Globo e a Petrobras.
É um projeto bonito, Memória do Movimento Estudantil, que faz uma apologia dos jovens idealistas, adolescentes ou récem-chegados à idade adulta.
Eles lutaram contra a ditadura militar. Participaram da campanha O Petróleo É Nosso e das manifestações pelas Diretas Já. Foram às ruas com suas caras pintadas, pedindo o impeachment do presidente Fernando Collor. A história do Brasil não seria a mesma se não fosse a atuação dos estudantes.
Agora é a vez de reunir informações sobre esses e outros momentos e destacar a importância da participação estudantil no país. Essa é a missão do projeto Memória do Movimento Estudantil, que vai organizar, preservar e divulgar essa história, além de resgatar uma parte importante da trajetória política do Brasil.
Na página dos parceiros a Rede Globo é apresentada como amiga dos jovens agitadores:
A Rede Globo deu amplo espaço ao movimento estudantil em sua programação. Nos telejornais o Brasil pôde acompanhar os protestos durante o governo militar, os congressos da UNE, nos anos 1980, e a volta de manifestações, no início dos anos 1990. A luta estudantil foi retratada também em novelas e minisséries, como Senhora do Destino e Anos Rebeldes.
Na cronologia da UNE, retrata-se o período 1945/1964 com capítulos que mostram a agitação do período. Como os estudantes apoiando a Campanha da Legalidade do Brizola.
8/1961
A UNE participa da Campanha da Legalidade, liderada por Leonel Brizola, pela posse de João Goulart. A entidade transfere provisoriamente sua sede para o Rio Grande do Sul e organiza uma greve de repúdio à tentativa golpista.
Ou a grande greve de 1962, pela reforma universitária:
6-8/1962
A ação dos estudantes pela reforma universitária leva à decretação de greve geral nacional, paralisando a maior parte das 40 universidades brasileiras da época.
O prédio do MEC, no Rio de Janeiro, é ocupado por três dias pelos universitários.
Ou o atentado contra a sede da UNE:
1962
A sede da UNE é metralhada por membros do Movimento Anticomunista (MAC).
Fala-se de todos os ex-presidentes da UNE, menos de um, um jovem agitador tão temerário e idealista que acabou se tornando um dos alvos prioritários da repressão: o presidente da UNE em 1964, José Serra.
Não sei se o esquecimento foi da Globo, tentando poupá-lo, ou se foi a pedido.
É pena. É uma história bonita, que merecia ser relembrada.
Fonte: Blog do Luis Nassif.
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