Do blog O outro lado da notícia.
Denardin prepara narração para a “cara de gaúcho” de Sóbis
Eliano Jorge, na Terra Magazine
O reencontro de Internacional e São Paulo pelas semifinais da Copa Libertadores da América, no paulistano Estádio do Morumbi, quatro anos depois de o colorado conquistar o título, entre tantas lembranças inevitáveis e personagens repetidos, brinda ao destino com as presenças do atacante Rafael Sóbis e do narrador Pedro Ernesto Denardin, da Rádio Gaúcha, esfriando a espinha são-paulina, nesta quinta-feira, 5.
Os gols de Sóbis na vitória do Inter por 2 a 1, na primeira partida de 2006, ali mesmo na casa tricolor, motivaram polêmicas narrações de Denardin, que metaforizam os colorados rasgando a camisa rival. O goleador virou emblema na locução histórica: “Ele tem cara de gaúcho, tem pinta de gaúcho, parece gaúcho e é gaúcho”.
O narrador porto-alegrense arrepende-se pelas outras palavras que magoaram os são-paulinos e promete não recorrer a elas novamente, mas não vê problema em repetir a descrição da aura que enxerga em Sóbis.
- Ah, ele continua com cara de gaúcho e pinta de gaúcho, sem dúvida. Ele não deve jogar, está na reserva, fora de forma. Vão jogar o Alecsandro e o Taison. Mas, se ele entrar e fizer (gol), vamos de novo: ‘cara de gaúcho e pinta de gaúcho’. Poucos gaúchos tem o time, né? E ninguém pode ficar bravo porque tenho orgulho de ser gaúcho.
Não é a primeira vez que Denardin volta a trabalhar no Morumbi – “já fui duas, três vezes, nenhum problema. Terminou, né? Isso passou” -, mas, com Sóbis, sim.
Agora, mais precavido. “Eu tenho cuidado para tudo o que eu falo não ofender as pessoas. Muita gente se sentiu ofendida com aquilo, então tenho o cuidado, não vou repetir este tipo de coisa não. Até porque não tenho nada contra o São Paulo, pelo contrário, tenho muita admiração pelo São Paulo. É, junto com o Inter, o time do século, são eles que estão nas grandes decisões, tem que respeitar esses dois times”, contemporiza.
Ele narra para o público prioritariamente gaúcho e deixa isso bem claro. “Aquilo ali foi uma coisa que fiz para valorizar a vitória do Inter, não para ofender o São Paulo”, garante. “Eu tô na vida para alimentar a paz, e não o ódio”.
A exaltação ao Rio Grande do Sul, entretanto, não corre risco de autocensura. “Isso é uma coisa nossa, nós temos orgulho de sermos gaúchos, isso não ofende ninguém”.
O narrador Pedro Ernesto Denardin (foto: RBS/Divulgação)
Em campo
Denardin minimiza o conforto do Inter, que venceu por 1 a 0 o São Paulo na quarta-feira, 28, e depende de um empate ou uma derrota mínima com gols para avançar à final contra o mexicano Chivas Guadalajara.
- Acho que tem uma vantagem importante, mas mínima. Então, é um jogo difícil, complicado, o São Paulo vai para cima do Internacional e, sei lá, não vejo favorito nisso aí não. Muito igual – analisa o locutor.
Ele passa longe de qualquer prognóstico. “Tem o histórico de derrotas e vitórias. Nesses dias, o São Paulo veio aqui (em Porto Alegre) e ganhou de 2 a 0. São dois grandes times. Quando você pega dois times do mesmo nível, tudo pode acontecer, né?”, escala o muro.
Certo apenas do equilíbrio em campo, ele avisa aos conterrâneos: “Acho que o São Paulo vai para cima do Inter e vai criar problemas. Ou o Inter joga bem ou não vai se classificar”.
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