Carlos Chagas
Qual o denominador comum a unir Antônio Palocci, Alfredo Nascimento, Nelson Jobim, e agora, Wagner Rossi? Simplesmente de que começaram a cair bem antes da queda. Por corrupção ou incontinência verbal, tiveram nomes e ministérios fritados em fogo baixo, levando semanas para a inevitável defenestração. Mais do que uma característica deles, a de tentar sobreviver, registra-se o estilo da presidente Dilma, de deixar que o cheiro de queimado se torne insuportável.
Na hora em que a fumaça toma conta da cozinha e ameaça sair pela janela, assustando quem está de fora, a presidente age. Não antes, para não deixar dúvidas de que longe de ser vítimas imoladas na fogueira da precipitação, os ministros demitidos mereceram as chamas.
Por isso, Palocci, Nascimento e Jobim deixaram o ministério sem que ninguém os defendesse e, mais ainda, com a popularidade de Dilma crescendo alguns percentuais depois de cada queda.
A bola da vez, agora, é o ministro da Agricultura. Pode demorar alguns dias, até semanas, mas parece inevitável que Rossi venha a deixar de ser ministro. A tática foi de esperar que novas revelações e denúncias aparecessem, no caso dos três já exonerados, dois corruptos e um que terminou lambuzado por comentários desastrosos. Sucedem-se as evidências de propinas, comissões, extorsões e nepotismo na Conab e adjacências, chegando ao gabinete do ministro, de onde já saiu o secretário-executivo.
Cada presidente tem seu estilo, desde não fazer nada até dar linha para a pipa elevar-se mais na atmosfera poluída das denuncias ou dos conceitos provocadores. Há quem suponha novas frigideiras no fogão, à espera de outras faíscas redentoras.
Fonte: Tribuna da Internet
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