Carlos Chagas na Tribuna da Internet.
Apesar da natural confusão entre vaidades que sempre marcou o PSDB, desde sua fundação, é preciso registrar a hesitação desmesurada de José Serra. Que não é de hoje, aliás. Começou em seu exílio no Chile, onde chegou como estudante de engenharia e de onde saiu como economista. Secretário do Planejamento no governo Franco Montoro, ganhou o apelido de “D. José I”, porque antes de decidir qualquer coisa o saudoso governador dizia ao interlocutor: “fala com o José, primeiro”.
Custou a aceitar sua candidatura ao Senado, depois de atuar na Câmara. Chegou às lágrimas quando Fernando Henrique o designou para o ministério da Educação, não do Planejamento, que almejava, mas candidatando-se a prefeito de São Paulo, derrotado, aceitou o ministério da Saúde, rejeitado para voltar ao posto inicial.
Perdeu pela primeira vez a presidência da República por falta de um discurso claro e objetivo que poderia ser contra ou a favor do plano de vôo dos tucanos, mas precisava ser algum. Não enfrentou o inexperiente Geraldo Alckmin, que acabou candidato fora de hora.
Depois perdeu para Dilma, apesar de disparado nas primeiras pesquisas, também por hesitação e falta de mensagem clara. Agora, quando se lhe abre a avenida até a prefeitura paulistana, capaz de reconduzi-lo à última oportunidade de chegar a Brasília, da mesma forma permanece indeciso.
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