Ontem, no meu Blog, tentei entender os movimentos em torno da candidatura de Marina Silva (http://glurl.co/c7Q) a partir de três atores importantes no jogo político: os grupos econômicos, os partidos políticos e as escolas de pensamento.
A noiva são os grupos econômicos, cada
qual com seu leque de interesses. A mediação entre os grupos e os
partidos se dá através de escolas de pensamento ou dos chamados
intelectuais oportunistas, buscando discursos eficientes.
O discurso mais eficiente é aquele que,
incorporando os interesses dos grupos econômicos parceiros, seja vendido
como uma utopia ao eleitor.
Em países de pouca tradição
programática, os partidos políticos são o chamado cavalo de umbanda.
Quando não servem mais, as escolas procuram um novo cavalo para baixar o
santo. É o caso de André Lara Rezende, um dos pais do Real, que pulou
do PSDB para Marina.
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Historicamente, o jogo da política
econômica sempre operou de forma binária. Numa ponta, a fatia nacional
da economia, defensora do ativismo do Estado e representada pelos
economistas desenvolvimentistas.
Na outra, a fatia internacionalizada do
país, mercado financeiro, grandes gestores de fundos, multinacionais
brasileiras. Para esses interessa menos estado e maior liberdade do
capital. Seguem a chamada escola neoliberal.
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FHC abraçou as teses mercadistas. Deixou
o poder enaltecido pelos financistas, amaldiçoado pelos industrialistas
e rejeitado pela opinião pública.
Lula abriu espaço para os mercadistas no
Banco Central e na Fazenda; para as chamadas forças produtivas no
Ministério do Desenvolvimento e Agricultura. E para as forças sociais no
Ministério do Desenvolvimento Social e no Bolsa Família. Só conseguiu
fechar todas as pontas devido a uma conjuntura internacional favorável.
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Nas últimas eleições, a campanha da
oposição concentrou-se em formulações um tanto folclóricas, como ameaça
de comunização, farquismo, bolivarismo etc.
Hoje em dia as críticas são mais objetivas, quanto ao voluntarismo, pressa, intervencionismo na economia etc.
Acontece que esses temas têm pouco impacto na opinião pública.
Mas, tendo como formulador o mesmo André Lara Rezende, há uma confluência de grandes grupos paulistas em criar a utopia Marina.
Essa utopia consiste em substituir o
sonho do desenvolvimento pelo sonho da felicidade. O planeta não pode
manter o crescimento, sob risco de esgotar totalmente seus recursos.
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Há duas formas de distribuir renda:
crescendo, e distribuindo o excedente; ou não crescendo, e expropriando
de quem tem para dar a quem não tem. Qual caminho André sugere?
Cidadania e distribuição de renda
consistem em levar energia aos mais pobres. Marina chegou a sugerir a
proibição até de novas usinas hidrelétricas.
A simbiose André-Marina é tão evidente
que, nos últimos dias, ela se pôs a defender até o tripé
inflação-rigidez fiscal-câmbio flexível.
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Entre oposicionistas de carne e osso-
como Eduardo Campos e Aécio Neves - e fantasias de Avatar, é importante
que a oposição não embarque em aventuras.
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