Mamberti e os 'black blocs' da mídia
O ator Sérgio Mamberti, com 60 anos de carreira e respeitado por sua visão
humanista, é o novo alvo da campanha de ódio nas redes sociais. Desde
quinta-feira passada (11), ele tem sido infernizado por inúmeros fascistóides.
Como em outros casos, a onda foi deflagrada por "celebridades" da mídia. Rachel
Sheherazade, a "capanga" do SBT e da rádio "Klu Klux Pan", foi a primeira a
manipular um vídeo em que o ator comentava a ofensiva conservadora no Brasil. Na
sequência, outros jagunços da imprensa, como Reinaldo Azevedo e Augusto
Nunes – ambos da asquerosa Veja –, reforçaram o coro marcatista. A partir destes
"black blocs" midiáticos, a campanha de ódio se espalhou pela internet.
No vídeo produzido durante evento do PT, Sérgio Mamberti
critica as marchas golpistas de março e abril passado que brandaram pelo
impeachment da presidenta Dilma e por um novo golpe militar no Brasil. Ele ainda
protesta contra a condenação, sem provas, de dirigentes petistas. Num dos
trechos, em tom de ironia, ele observa que os chamados "black blocs", que
prejudicaram as jornadas de junho de 2013 por mais direitos sociais, não
compareceram aos atos dos ricaços na Avenida Paulista.
Isto foi suficiente para atiçar Rachel Sheherazade, conhecida por suas
manipulações e pelo seu ódio doentio ao PT. Em sua página no Facebook, a
"justiceira racista" disparou: "Artista Sérgio Mamberti convoca o Black Bloc
Brasil. Diz que as manifestações do povo brasileiro são piqueniques de ricos.
Vai mais além! Convoca os Black Bloc para tumultuar as manifestações pacíficas e
que a militância do PT não pode aceitar a prisão de PTISTAS como o ex-tesoureiro
João Vaccari Neto". A mensagem mentirosa e rancorosa logo se espalhou na
internet e teve mais de 2 mil compartilhamentos.
Dois dias depois, Augusto Nunes – apresentador do "Roda Viva" da TV Cultura
e colunista da Veja –, atiçou ainda mais a horda fascista. "Em menos de um
minuto, Mamberti – pendurado desde 2003 no cabide de empregos do Ministério da
Cultura – condenou à morte a liberdade de expressão, anexou a Avenida Paulista
ao Instituto Lula, chorou o sumiço dos black blocs, descobriu que os milhões de
manifestantes são todos ricos e consolou os companheiros bandidos com uma
declaração de amor irrevogável. Tudo somado, mostrou à Academia de Artes e
Ciências Cinematográficas que a noite do Oscar só será completa quando incluir a
categoria a que pertence o companheiro que ama arruaceiros homicidas".
Já nesta segunda-feira (15), o rottweiler Reinaldo Azevedo – que trabalha
com Rachel Sheherazade na "klu Klus Pan" e com Augusto Nunes no esgoto da
Veja – confirmou que não tem nada de amoroso e rosnou: "Em congresso do partido,
petista incita black blocs a voltar às ruas contra os 'ricos'... Quem fala é o
petista Sérgio Manberti, ator. O homem se deu bem no mundo da burocracia
companheira. Durante o governo Lula, ocupou os seguintes cargos: diretor da
Secretaria de Artes Cênicas, da Secretaria de Música, da Secretaria da
Identidade e da Diversidade Cultural e da Secretaria de Políticas Culturais.
Exerceu ainda a Presidência da Fundação Nacional das
Artes – Funarte".
Diante de toda esta insanidade, que serve para alimentar os piores instintos de turba fascistóide, o ator Sérgio Mamberti tenta manter a calma. Para a jornalista Flavia Gianini, da rede "Jornalistas Livres", ele criticou a manipulação do vídeo e desabafou: "Parece que do dia para noite toda a minha trajetória de luta pela democracia e direitos humanos foi esquecida... Defendo o direito irrestrito à manifestação e quem me conhece, conhece o meu trabalho e a minha história, sabe que eu nunca defenderia um ato de violência sequer. Muito pelo contrário. Apesar de não concordar com algumas das reivindicações feitas durante os atos organizados pelos grupos de direita, eu lutei durante toda a ditadura e ainda luto pela liberdade de expressão acima de qualquer coisa".
Já para a jornalista Maíra Streit, da revista Fórum, ele comentou a onda de
ódio nas redes sociais. "Na internet, muitas vezes, você fica indefeso. Esses
ataques são baseados no ódio, sem possibilidade de defesa imediata, o que acaba
tendo uma reação viral que não corresponde à realidade. Existe uma
irracionalidade de pessoas que devem desconhecer a minha história. O Castelo
Rá-Tim-Bum, por exemplo, é um ato de amor, sabendo que a criança é o cidadão do
futuro. Não tenho ressentimentos, mas quero a possibilidade de termos uma
convivência mais democrática na internet... Recebi muitos xingamentos, mas
gostaria de reafirmar a minha crença no processo democrático e na construção de
um Brasil melhor".
Rachel Sheherazade, Augusto Nunes, Reinaldo Azevedo e os fascistas das
redes sociais dificilmente entenderão esta postura tão generosa de Sérgio
Mamberti.
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