A sorte do Brasil é que, para cada Janaína, temos estudantes como a paranaense Ana Júlia. Por Kiko Nogueira
CompartilharPara efeito de comparação, olha o que a musa do impeachment disse:
“Chamei Putin de adolescente para ressaltar seu vigor”, diz Janaína Paschoal
De Janaína Paschoal, musa do impeachment, a um portal soviético de extrema direita:
S: E sobre a sua afirmação de que Putin, “para fins políticos, é um adolescente”?
JP: Teve gente que se ofendeu quando eu falei da adolescência, e acho que isso tem que ser esclarecido: quando falei em adolescência, não foi no sentido de desmerecê-lo, muito pelo contrário, foi no sentido de mostrar que ele deve ter pelo menos mais uns 20 anos de poder. Se ele tem 64 anos, até os 84 anos ele estará bem para exercer o poder, com essa personalidade forte, com uma base militar encostada na gente. Foi isso que eu quis dizer.
S: E sobre a sua afirmação de que Putin, “para fins políticos, é um adolescente”?
JP: Teve gente que se ofendeu quando eu falei da adolescência, e acho que isso tem que ser esclarecido: quando falei em adolescência, não foi no sentido de desmerecê-lo, muito pelo contrário, foi no sentido de mostrar que ele deve ter pelo menos mais uns 20 anos de poder. Se ele tem 64 anos, até os 84 anos ele estará bem para exercer o poder, com essa personalidade forte, com uma base militar encostada na gente. Foi isso que eu quis dizer.
Quando você achar que está na hora de se mudar para o Uruguai, quando você vir que o Brasil pariu Janaína Paschoal, quando você ouvir Alexia Deschamps — lembre-se da estudante Ana Júlia Ribeiro.
Aos 16 anos, a menina deu uma aula de democracia aos deputados da Assembleia Legislativa do Paraná na sessão plenária de quarta, dia 26.
Foi convidada a contar por que as escolas estão sendo ocupadas. Diante daqueles senhores, emocionada mas sob controle, com calma e contundência, inteligência e articulação, Ana explicou suas razões.
“Sabemos pelo que estamos lutando. A nossa única bandeira é a educação”, começou.
“Somos um movimento dos estudantes pelos estudantes, que se preocupa com as gerações futuras, com a sociedade, com o futuro do Brasil. É por isso que nós ocupamos as nossas escolas”.
Para ela, “é um insulto sermos chamados de doutrinados. É um insulto aos estudantes e aos professores”.
A Escola sem Partido, diz AJ, “é uma escola sem senso crítico, é uma escola racista, homofobia. É falar para os jovens que querem formar um exército de não pensantes, um exército que ouve e baixa a cabeça. Não somos isso. Escola Sem Partido nos insulta, nos humilha, nos fala que não temos capacidade de pensar por nós mesmos”.
Acusou os parlamentares de terem “sangue nas mãos” pela morte do garoto Lucas Eduardo Araújo Mora. Imediatamente o presidente da Casa, Ademar Traiano, vestiu a carapuça e ensaiou uma censura. Ana prosseguiu.
Enquanto houver Ana Júlia, há esperança.
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