segunda-feira, 31 de outubro de 2016

POLÍTICA - Se teve alguma coisa de bom na derrota do Freixo, foi que a Globo perdeu junto.

Chorar a vitória de Crivella ou comemorar a derrota da Globo, eis a questão
 
Por Paulo Nogueira, DCM -

A maior questão que emerge deste domingo vem do Rio: chorar a vitória de Crivella ou comemorar a derrota da Globo?



Se eu votasse no Rio, certamente teria optado por Freixo uma, duas, dez vezes se pudesse. Não formularia nem para mim mesmo a questão que abre este texto.

Mas, passado o calor das eleições, já dá para discutir o caso.

Freixo sai forte das urnas. Virou um nome nacional, e tem amplas chances de se tornar senador em 2018. O tipo de derrota que sofreu é facilmente superável.

Seu futuro na política está garantido. É um revés com atenuantes, portanto. Ele será importante na construção do PSOL e na reconstrução da esquerda brasileira.

Agora: ver a Globo perder em seu reduto não tem preço.

Ah, mas Crivella ganhou, e com ele a Universal. Contraponho duas coisas. Primeiro: nem tudo é perfeito. Dois: nem a Universal e nem muito menos Crivella têm o potencial destrutivo da Globo.

Numa inversão demoníaca, o Brasil parece ser hoje uma concessão da Globo.

Ou coloquemos assim: o país parece ser um jornal editado pelos Marinhos.

Consulte cuidadosamente o mapa. O Brasil conserva suas formas, suas medidas — mas você chega perto e o que enxerga é o Globo, dos editoriais às colunas de Merval, Míriam Leitão e demais. É o primeiro país no formato de um jornal. Ou, se você preferir, o primeiro jornal no formato de um país.

Tudo isso posto, e repetindo que votaria cem vezes em Freixo se pudesse, minha opção seria por comemorar a derrota da Globo.


Num momento como este, a mensagem de que a Globo pode sim ser batida é preciosa.

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