domingo, 16 de outubro de 2016

POLÍTICA - A fogueira do Moro.

Auler e a fogueira de Moro

morompf
Marcelo Auler, em seu blog, publica uma longa e detalhada análise em torno do possível (ou provável ) passo da perseguição política a Lula: a prisão do ex-presidente.
Concordo com ela e a estendo, também, ao Ministério Público Federal, partner de Moro neste balé do arbítrio.
Auler chama a atenção para o editorial da Veja desta semana, que só surpreende quem não entende que já começou a se delinear a previsão de Rogério Cézar de Cerqueira Leite, no artigo que tanto incomodou o raciocínio raso de Sérgio Moro, que não entendeu – ou preferiu fazer que não tinha entendido – que a fogueira a que o professor se refere é política, não de achas e gravetos.
“Cuidado Moro, o destino dos moralistas fanáticos é a fogueira. Só vai vosmecê sobreviver enquanto Lula e o PT estiverem vivos e atuantes. Ou seja, enquanto você e seus promotores forem úteis para a elite política brasileira”
O editorial da Veja, segundo  Auler, pode ser o primeiro traço do esboço deste “freio”.
Longe de ser uma sugestão para que a população ataque fisicamente o magistrado, o alerta mostra que todo o apoio que Moro e seus pupilos da “República de Curitiba” corre o risco de corrosão quando quando, em nome do combate à corrupção, acha que todos os métodos são válidos e permitidos, mesmo os ilegais.
Ou mesmo quando já começa a ser desnecessário àqueles que foram seus aliados até hoje, como previu o físico. E isto, por incrível que pareça, fica patente no editorial que – quem diria? – a revista Veja publicou na edição deste sábado (15/10) como descreve a revista eletrônica Consultor Jurídico.Em editorial,Veja diz que autoridades jurídicas têm poder demais. Diz o editorial em determinado trecho:
É desnecessário dizer que o físico — e o padeiro, o músico, o banqueiro — tem direito de fazer as críticas mais ácidas à atuação de uma autoridade pública, ainda que a autoridade em questão seja o juiz Moro, cujo trabalho reacendeu a esperança nacional no fim da histórica impunidade em relação aos crimes dos fortes.
Toda autoridade precisa ser vigiada, contida nos excessos, precisa saber ouvir críticas, servir a quem lhe paga o salário. O único agente público que pode desfrutar de muito poder é o povo. Atribui-se a Thomas Jefferson (1743-1826) afirmação que ele possivelmente nunca fez, mas cujo conteúdo é oportuno lembrar: quando o povo teme o governo, há tirania; quando o governo teme o povo, há liberdade.
Lógico que o veterano repórter não acha que tenha havido uma epifania na redação da Veja e tenha havido por lá uma conversão democrática e legalista.
Mas é um sinal, porque já contam com o adversário morto e temem que uma aventura de Moro possa ressuscitá-lo.

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