domingo, 14 de junho de 2009

FALE CONOSCO.

Leila Cordeiro.

Você já tentou se comunicar através da seção “Fale Conosco” no site de alguma empresa ou de alguém famoso e importante? Pode até ter conseguido algum dia, mas quem frequenta os sites disponíveis sabe que não é tarefa das mais fáceis. Pois, acredite se quiser, eu consegui uma resposta até que razoavelmente rápida.

Tudo começou num dia daqueles que a gente acorda querendo resolver todos os problemas do mundo, senão do mundo, da comunidade onde você vive. No meu caso, estava decepcionada com a falta de interesse das emissoras de TV do Brasil em ter um correspondente em Miami. Eu já havia tentado me comunicar com algumas delas propondo ser a repórter local, sem sucesso. A resposta vinha sempre a mesma. Já temos correspondentes em Nova Iorque e Washington, o que já é suficiente.

Mas porque não em Miami, eu me perguntava, que é a verdadeira porta de entrada dos Estados Unidos para a América Latina? Essa história de fazer da cidade um covil de “fugitivos” brasileiros de todas as vertentes e modalidades é coisa do passado. Evidentemente que alguns colarinhos brancos andaram se escondendo em prédios luxuosos à beira mar usufruindo do dinheiro publico ou privado roubado no Brasil, mas, pelo que se sabe, já estão todos pagando atrás das grades.

O que ficou da comunidade brasileira foram os “sobreviventes”, é isso mesmo, sobreviventes e batalhadores que vêm honrando o nome do país, sem que o brasileiro que vive no Brasil saiba do trabalho que tem sido feito por seus conterrâneos no exterior, exatamente porque não temos quem descreva com todas as cores e nuances o que acontece de bom em Miami.

Agora mesmo, o festival de cinema nacional está dando um show, apresentando até mesmo filmes que ainda não passaram no Brasil. Vários artistas estão presentes numa grande confraternização cultural entre latinos e americanos. Diretores estão sendo aplaudidos e reconhecidos por seus trabalhos, enfim, o festival de cinema brasileiro de Miami completa doze anos e entrou há muito tempo no calendário de eventos oficiais da cidade, contando com o apoio das mais importantes empresas da área, brasileiras e americanas.

São tantos e tão diversificados eventos de sucesso, como foruns de comunicação e premiações, que aqui no DR eu não teria espaço suficiente para divulgá-los, mas vou citar uma iniciativa que merece destaque . O programa bilingue inglês-português da escola pública Ada Meritt, a única do ensino gratuito americano que tem esse projeto. Assim, filhos de brasileiros que nascem aqui e até mesmo americanos que queiram aprender a nossa lingua, podem entrar no programa sob a supervisão de professores especializados.

O problema é que toda essa iniciativa é mantida pelos próprios pais e por doações em dinheiro de empresários brasileiros radicados em Miami que encamparam a idéia e lutam por ela. Com a crise, o dinheiro curto e a falta de incentivos a valorização do nosso idioma na escola norte-americana está ameaçada.

E é nesse ponto que volto àquele dia no qual eu senti a necessidade de falar com alguém sobre o quanto estamos perdendo de não divulgar no Brasil, o “Brazil” que pouca gente conhece. Sabe o que eu fiz? Fui lá no site da presidência da república e no “Fale Conosco” arrisquei um desabafo de centenas de caracteres que acabou batendo na porta do Lula.

E assim, estarei no dia 24 de junho, às tres da tarde no prédio do Centro Cultural Banco do Brasil, onde Lula está despachando durante as obras no Planalto, para fazer uma reportagem ao vivo para ele. Um raio x dessa comunidade vibrante e batalhadora que não vive no exterior por capricho, mas que veio para vencer e mostrar que sucesso é coisa nossa!
Fonte:Direto da Redação.

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