Neoliberalismo peruano ameaça Amazônia, acusam índios brasileiros
Se for concedida a exploração dos recursos naturais às empresas multinacionais na selva peruana, inclusive nas terras indígenas, como quer o governo neoliberal de Alan Garcia, as consequências devem ser danosas para o meio ambiente no Brasil. A denuncia é feita pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) para quem, caso isso ocorra, o país sofrerá os efeitos dos desmatamentos, da destruição das nascentes dos cursos d´água e rios que formam a bacia amazônica.
A entidade que acompanha com apreensão o conflito entre índios e o governo de Alan Garcia, no Norte do Peru, também alerta que podem passar de 100 o número de mortos resultante do confronto do último dia 6, entre eles 30 indígenas do povo Awajun.
“Somamo-nos a todas as organizações indígenas, parceiros do movimento indígena e entidades da sociedade civil que exigem do governo peruano a correta investigação, a apuração dos fatos e a condenação dos culpados pelas ações que resultaram em tantos mortos, feridos e desaparecidos, cuja divulgação oficial não reflete o número real tendo por base as denúncias dos familiares das vítimas dessa violência”, diz em nota a entidade.
A Coiab analisa a luta do povo indígena peruano como legítima por ser frontalmente contra o Tratado de Livre Comércio (TLC) entre Peru e EUA e os decretos que viabilizam sua implantação, entregando os recursos naturais do país às multinacionais.
“Acordos bilaterais semelhantes foram firmados com outros países da América do Sul sob protestos das populações tradicionais e fortemente rechaçados em outros, onde os interesses de companhias, sobretudo norte-americanas, tentaram se instalar. A luta contra esses acordos é de todos os povos da Amazônia.”
A entidade também denunciou e condenou “terrorista que destrói e mata e todo e qualquer acordo bilateral ou multilateral que não respeite o direito dos povos indígenas”, potenciais destruidores dos recursos naturais e os nocivos à soberania. Os índios peruanos ainda têm o direito de opinar sobre seus territórios, tal como previsto pela Convenção 169 da OIT (Organização Internacional do Trabalho).
“As reivindicações para um desenvolvimento que respeite a vida humana e atendem a necessidade de uma relação diferenciada com o ambiente integram hoje a pauta dos organismos internacionais quanto à preservação e o futuro do nosso planeta. Motivo pelo qual manifestamos nosso integral apoio a esses povos por tratar-se de uma luta justa e legítima”, reforçou a entidade.
De Brasília,
Iram Alfaia/Site O Vermelho.
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