domingo, 27 de setembro de 2009

ANOS DE CHUMBO - Cova de Osvaldão leva ministros ao Araguaia.

Os ministros Nelson Jobim, da Defesa, e Paulo Vannuchi, dos Direitos Humanos, desembarcam nesta segunda-feira (29) em Marabá (sul do Pará). Eles vão comandar a reunião da comissão interinstitucional que acompanha as expedições dos investigadores nomeados pelo governo federal para localizar e identificar guerrilheiros do PCdoB mortos pelo Exército na Guerrilha do Araguaia, na década de 1970, no Pará.
A comissão de alto nível, que inclui notáveis como o ex-procurador-geral da República Cláudio Fonteles e o jornalista Ricardo Kotscho, vai à região lançar a quinta expedição do Grupo de Trabalho Tocantins (GTT), designado pelo Ministério da Defesa para procurar os corpos dos desaparecidos políticos.

O desembarque dos integrantes da comissão interinstitucional no sul do Pará foi apressado pela localização, na terça-feira da semana passada, durante a quarta expedição, da sepultura de Osvaldo Orlando da Costa, o Osvaldão, o chefe da guerrilha que combateu a ditadura militar nas matas da região. A cova, na antiga pista de pouso de Xambioá, foi apontada pelo hoje lavrador Josias Gonçalves de Souza, o Jonas, ex-guerrilheiro que, preso, foi obrigado pela repressão a cavar a sepultura de Osvaldão, morto em 1974, em São Geraldo do Araguaia.

De acordo com o ex-vereador Paulo Fonteles Filho, nomeado pelo governo do Pará para integrar o GTT nas expedições de busca aos desaparecidos políticos, o local indicado por Jonas como a cova de Osvaldão está agora demarcado e será periciado ao longo da quinta expedição. Na hipótese de existirem restos mortais, serão exumados para exames laboratoriais capazes de dizer se pertencem ao lendário nome da guerrilha.

O grupo de trabalho conseguiu chegar a Jonas por informações prestadas pela Associação dos Torturados da Guerrilha do Araguaia, que tem sede em São Domingos do Araguaia. A cova de outro guerrilheiro, o baiano Rosalindo Alves, cujo codinome na selva era Mundico, também foi descoberta e será periciada na próxima semana. Com previsão para durar cinco dias, a quinta expedição dos investigadores federais terá a colaboração do sargento reformado e arrependido do Exército José Vargas Jimenez, conhecido como Chico Dólar, que combateu a guerrilha e hoje mora em Cuiabá (MT).

Confiante no sucesso do GTT e interessado em desvendar os mistérios que ainda envolvem o conflito, o ministro Paulo Vannuchi revelou em Brasília a Paulo Fonteles Filho a intenção de criar em Belém um braço institucional da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República. O ministro reconheceu que, como o GTT termina oficialmente o trabalho de campo no próximo dia 31 de outubro, a pasta vai precisar de uma estrutura permanente para continuar pesquisando a guerrilha.

Fonte: Diário do Pará

Um comentário:

merces castro disse...

TOMARA QUE OS RESTOS MORTAIS DO OSVALDAO SEJA ENCONTRADO, UM DOS "CHEFES"DA GUERRILHA,PROVAVELMENTE APLACARIA A SEDE DO PC DO B EM APRESENTAR HEROIS,E AI SIM PODERIAMOS VERDADEIRAMENTE,BUSCAR OS QUE NAO DAO IBOPE AO PARTIDO,OS CHAMADOS BUCHAS DE CANHAO.

OXALA! OSVALDAO,ESTAMOS TORCENDO PARA QUE SEJA ACHADOS TODOS AQUELES QUE FICARAM ACUADO POR CONTA PROPRIA NAS MATAS DO BREJO GRANDE DO ARAGUAIA,OXALA! QUE TODOS SEJAM ENCONTRADOS,PARA ENFIM NOSSOS CORACOES FICAREM EM PAZ.

MERCES CASTRO IRMA DE
ANTONIO TEODORO DE CASTRO O "RAUL" DO ARAGUAIA.