Tegucigalpa (Prensa Latina) A Frente Nacional contra o golpe de Estado de Honduras analisa hoje suas estratégias de luta a metade do caminho de uma de suas exigências principais, a volta do presidente constitucional, Manuel Zelaya.
Ao término de uma gigantesca marcha neste sábado, os dirigentes anunciaram a celebração de uma assembleia com as bases da Frente, para abordar as ações para a semana vem na capital e no resto do país.
Desde o golpe militar de 28 de junho, é a primeira vez que as forças populares agrupadas nessa aliança se reúnem com a presença física de Zelaya no país, ainda que juridicamente está em território brasileiro.
O estadista retornou de surpresa à nação na segunda-feira passada e pediu proteção na embaixada do Brasil nesta capital, de onde fez um chamado a um diálogo para encontrar uma solução pacífica à crise.
Milhares de pessoas foram ao lugar festejar a presença de Zelaya, mas foram violentamente dispersados ao amanhecer da terça-feira por centenas de policiais e soldados, que mantêm sitiada à sede diplomática.
Zelaya foi visitado por um representante do governo de facto, a quem não identificou, o arcebispo auxiliar de Tegucigalpa, Juan José Pineda, e os candidatos dos partidos tradicionais, acusados de golpistas pela Frente.
Não obstante, a seu próximo contato, o bispo da diocese de Copán (abarca os cinco departamentos do ocidente), monsenhor Luis Alfonso Santos, os militares negaram-lhe o acesso.
O argumento foi a pistola e o fuzil, disse respondendo a jornalistas o religioso, que assegurou que o presidente legítimo do país é Zelaya e condenou o golpe militar que o derrocou.
A reunião com os candidatos presidenciais da resistência, o independente Carlos Humberto Reyes, e César Ham, do Partido Unificação Democrática, prevista para a sexta-feira, também não chegou a efetuar-se.
O coordenador geral da Frente, Juan Barahona, assegurou ontem que apesar do aumento da repressão, a luta popular continuará até conseguir a restituição do estado de direito, de Zelaya e a convocação a uma assembleia nacional constituinte.
Estamos nesta luta para que tenha mudanças profundas em nosso país, tenhamos justiça e igualdade, uma sociedade participativa, disse.
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