quarta-feira, 11 de agosto de 2010

AMEAÇA DE UMA GUERRA NUCLEAR.

Mensagem ao Parlamento
lida por Fidel.

• O comandante-em-chefe, vestindo seu invicto uniforme verde-oliva, interveio em 7 de agosto passado na sessão extraordinária do Parlamento cubano, onde raciocinou e examinou, com os deputados, a perigosa ameaça de uma guerra nuclear, com o objetivo de impedi-la

• NO início, há apenas oito semanas, pensei que o perigo iminente de guerra não tinha solução possível. O panorama que tinha na minha frente era tão dramático, que só vi como saída a provável sobrevivência deste lado do hemisfério, que não é alvo de ataque direto, e de algumas regiões isoladas do planeta.

Era muito difícil, sabendo que o ser humano sempre se aferra a uma esperança por muito remota que for.

Apesar de tudo, tentei tudo.

Felizmente, não demorei muito em me dar conta de que havia uma esperança, e muito profunda, certamente. Contudo, se a oportunidade se perdesse, o desastre adquiriria a pior das consequências. A espécie humana, não teria então salvação possível.

No entanto, tenho certeza de que não será assim, ao contrário, neste momento, estão sendo criadas as condições para uma situação nem sequer imaginada até há pouco.

Um homem tomará sozinho a decisão: o presidente dos Estados Unidos. Certamente, por suas múltiplas ocupações, ainda não se deu conta, mas seus assessores começam a compreendê-lo. Pode-se perceber isso em ações simples como a suspensão das torturas a Gerardo, fato que não tinha ocorrido em 12 anos de ódio implacável desse sistema contra Cuba e contra ele. Hoje, poderia vaticinar que a próxima ação será a autorização a Adriana, a esposa dele, a visitá-lo, ou sua libertação imediata, ou as duas coisas. Soube, através dela, que o estado de ânimo de Gerardo é o melhor em 12 anos de injusta e cruel prisão.

Como o Irã não cederá diante das exigências dos Estados Unidos e de Israel, que já mobilizaram vários dos meios de guerra de que dispõem, atacarão assim que expirar a data acertada pelo Conselho de Segurança em 9 de junho de 2010, assinalando as normas e quesitos estabelecidos.

Tudo o que o homem pretende tem um limite que ele mesmo não pode ultrapassar.

Nesta situação crítica, o presidente Barack Obama deverá dar a ordem do já anunciado e apregoado ataque, seguindo as normas do gigantesco império.

Porém, nesse mesmo instante em que ele desse a ordem, que é também a única que poderia dar devido ao poder, à velocidade e ao incalculável número de projéteis nucleares reunidos numa absurda concorrência entre as potências, estaria ordenando a morte instântanea não apenas de centenas de milhões de pessoas, entre as quais, um número considerável de sua própria Pátria, mas também dos tripulantes de todos os navios da frota dos Estados Unidos nos mares próximos do Irã. Simultaneamente, a conflagração explodiria no Oriente Próximo e no Extremo Oriente, e em toda a Eurásia.

O acaso quis que, neste instante preciso, o presidente dos Estados Unidos seja um descendente de africano e de branco, de maometano e de cristão. NÃO A DARÁ! (a ordem) se tomar consciência disso. É o que estamos fazendo aqui.

Os líderes dos países mais poderosos do mundo, aliados ou adversários, exceto Israel, estão contribuindo para esse esforço dissuasivo.

O mundo vai prestar-lhe depois todas as homenagens que ele merecer.

A ordem atual estabelecida no planeta não poderá perdurar e inevitavelmente será derrubada, de imediato.

As chamadas divisas conversíveis perderão seu valor como instrumento do sistema que impôs um aporte de riquezas, de suor e sacrifícios sem limites aos povos.

Novas formas de distribuição dos bens e serviços, educação e direção dos processos sociais surgirão de maneira pacífica, contudo, se a guerra eclodir, a ordem social vigente vai desaparecer abruptamente e o custo será ainda maior.

A população do planeta pode ser cadastrada; os recursos não renováveis, preservados; a mudança climática, evitada; o trabalho útil de todos os seres humanos, garantido; os doentes, atendidos; os conhecimentos essenciais, a cultura e a ciência a serviço do homem, garantidos. As crianças, os adolescentes e os jovens do mundo não vão perecer nessa guerra nuclear.

É o que eu desejava dizer-lhes, queridos companheiros de nossa Assembleia Nacional.

Agora, estou disposto a responder às perguntas que me façam e a escutar as opiniões de vocês.

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