domingo, 15 de agosto de 2010

ELEIÇÕES - Tucano da Folha "presta contas".

Do blog do Alê.

Datafolha definitivamente deixou de ser referência até para os colunistas da Folha


Em sua coluna desse Domingo, o Clóvis Rossi "presta contas".

Regra não escrita do colunismo determina que se escreva preferencialmente (mas não obrigatoriamente) sobre o assunto que foi a manchete do dia. A manchete do dia desta Folha foi "Dilma ultrapassa Serra e fica a 3 pontos da vitória no 1º turno". O problema é que já escrevi sobre a perspectiva inevitável da ultrapassagem no remoto dia 28 de fevereiro. A chance de Dilma vencer no primeiro turno apareceu no texto de 1º de julho, há um mês e meio portanto. [...]

[...] Ainda como prestação de contas, confesso que em nenhuma eleição anterior me senti minimamente confiante para manifestar impressões sobre o vencedor de uma forma tão aberta como agora. Quando leitores perguntavam quem ia ganhar, respondia sempre que esperaria o Datafolha seguinte para me manifestar -e assim ia até a abertura das urnas.

Agora, no entanto, a persistência do "feel good factor", o sentir-se bem, essa característica do brasileiro que se instalou há uns dois anos, pouco mais ou menos, é tão palpável a olho nu que ficou fácil adivinhar o resultado.

Ficar esperando o Datafolha, parece não ser mais garantia de nada. Na mesma edição da Folha, Jânio de Freitas em "Sinais da reviravolta", anota:
Para preencher o tempo até o início da nova fase de propaganda, uma boa especulação é a das causas da queda forte de Serra, quatro pontos em três semanas, e do grande ganho de Dilma, com os cinco pontos que a elevaram a 41 contra 33. O debate na Bandeirantes e as pequenas e ruins entrevistas na Globo não convencem como causa de tamanha reviravolta, até porque já insinuada, antes dos programas, em outras pesquisas.

Tudo isso pode ser traduzido nesse vídeo, resumo da entrevista dada ao "Entre Aspas" da Globonews, pelo jornalista Paulo Moreira Leite, da Revista Época, e pelo cientista político Alberto Carlos Almeida. É de fato uma tarefa complexa essa de tentar desconstruir uma candidatura embalada por um governo tão bem avaliado. Um a um, todas as retóricas anti-dilmistas foram sendo derrubadas. Desde o 'poste' que não chegaria aos 20% das intenções de votos, ao presidente que não teria como transferir sua popularidade .. pesquisa a pesquisa, novas desculpas eram criadas para justificar, primeiro a queda da diferença entre os candidatos, depois a virada já apontada pelos institutos Sensus e Vox Populi há mais de 1 mês. O Datafolha, instituto de pesquisa do jornal Folha de São Paulo, definitivamente, deixou de ser a referência até para os colunistas do jornal. Divirtam-se.

Quando a toda tucana Eliane Cantanhêde escreve que "a pesquisa Datafolha foi um banho de água fria no PSDB", está revelando que foi por terra, a última esperança de seus aliados. O instituto paulista é, para eles, a “última reserva moral” entre os institutos de pesquisa. O único no qual eles confiam, portanto não têm mais a quem socorrer.

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