Do blog do Alê.
De Serra para mais um jornalista: "Você é de onde?"
Yahoo.net - O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, não faz muita questão de esconder sua irritação quando um jornalista pergunta algo sobre o qual ele prefere não se pronunciar. Nesta quinta-feira (12), o incômodo do tucano ficou evidente.
Em uma entrevista coletiva realizada no interior da estação Grajaú da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), no extremo sul da cidade de São Paulo, Serra foi questionado sobre o Programa Expansão São Paulo. A repórter Daniela Almeida perguntou por que o governo havia entregue apenas 4,7 km de linhas de trens. O presidenciável rebateu alegando que obras estão sujeitas a atrasos e que isso é um fato normal.
Pouco depois voltou-se para a jornalista autora do questionamento e perguntou: "Você é de onde?" A repórter respondeu: "Do Correio". E Serra: "Que Correio?" "Do Correio Braziliense, candidato". Em seguida, Serra encerrou a entrevista e foi embora. (André Vieira Prestes)
Esse deve ser a quarta ou quinta vez que nessa campanha o candidato José Serra incomodado com alguma pergunta que ele não gosta. É claro que o candidato não é obrigado a gostar de jornalista, mas a pergunta “não onde você é” é intimidatória, atenta contra a liberdade que tem o jornalista de fazer o seu trabalho. É claro que ele estava esperando que a Daniela de Almeida fosse de algum órgão de imprensa do governo federal, mas como o Correio Braziliense não está na sua órbita, saiu calado.
A imprensa adora colar no PT, no governo Lula, a pecha de atentar contra a liberdade de imprensa. Mas eu pergunto. O que é essa tentativa de intimidação do Serra? O que interessa a ele saber em que jornal ou TV o jornalista trabalha?
Uma jornalista em privado no Twitter, e por isso não cito o nome, me respondeu: “Também fui vítima desse tipo de reação quando fiz uma pergunta que ele não gostou. Por isso meu lema é ‘perguntar é preciso’.”
Acho pouco. Acho que os jornalistas estão muito passivos, precisam mostrar indignação contra essa tentativa de controlar o trabalho dos jornalistas. Pedir alguma reação dos patrões, seria ingenuidade, mas onde estão os representantes da classe?
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