Agências de risco de novo entram na linha de tiro
Os EUA perderam sua classificação de crédito AAA dez dias atrás. Provocado pela elevação enorme no nível da dívida, o rebaixamento foi noticiado, mas não fez manchetes nas primeiras páginas.
A reportagem é do Financial Times reproduzido pelo jornal Folha de S.Paulo, 01-08-2011.
A agência que fez o rebaixamento foi a pequena Egan-Jones. Sean Egan, que a fundou em 1995, não está preocupado com a ausência de publicidade. Sua empresa emprega cinco analistas, contra mil no caso da Fitch, Moody's e Standard & Poor's.
A confiabilidade das classificações de crédito e a influência das grandes agências estão novamente suscitando debates em todo o mundo. A reação vem sendo mais áspera na Europa, onde os recentes rebaixamentos de governos da zona do euro suscitaram críticas fortes.
Na realidade, as agências estão na linha de fogo desde a crise financeira - depois de dívidas de trilhões de dólares garantidas por hipotecas americanas de alto risco terem sido classificadas AAA. Os chamados por reformas ganharam novo ímpeto de ambos os lados do Atlântico.
Se a Fitch, a Moody's e a S&P rebaixassem a dívida americana, provavelmente haveria rebaixamentos nas classificações de hipotecas, câmaras de compensação, bancos e seguradoras.
A posição europeia vem sendo criticada por investidores e analistas, alguns dos quais estão satisfeitos pelo fato de as agências grandes terem atitude pró-ativa. Qualquer mudança grande nas regras de classificação teria um impacto enorme sobre os títulos de crédito.
Estão sendo tomadas medidas para modificar o sistema. Mas isso é algo que é mais fácil falar do que fazer. Não existem alternativas simples. As opções incluem permitir que as instituições utilizem seus próprios modelos internos e empreguem uma fórmula de risco criada por reguladores.
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