quarta-feira, 10 de agosto de 2011

PETRÓLEO - IBP a serviço das multinacionais de petróleo.

Autor: Emanuel Cancella


O presidente do IBP, João Carlos De Luca, é ex-diretor da Petrobrás, que junto com outros ex-integrantes da companhia mudaram de lado e hoje defendem interesses antagônicos aos do país. Queremos esclarecer para os brasileiros que leilão é privatização

Notícia divulgada pela Agência Estado e vários jornais brasileiros: “O presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), João Carlos De Luca, defendeu nesta sexta-feira (29) a fixação, pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), o mais rapidamente possível, da data da 11ª rodada de licitações de áreas petrolíferas, a ser organizada pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) ...”.


Como brasileiro, petroleiro e sindicalista me sinto na obrigação de esclarecer ao cidadão comum o que está por trás dessa notícia. Veja a seguir trechos do documento divulgado pelo Weakleaks, confirmando denúncia da Aepet que desmascara o IBP.


“... telegrama de Patrícia Pradal, diretora da Chevron: 'Diante dessa estratégia das petrolíferas para barrar a aprovação do novo marco do pré-sal, seria fazer lobby no Senado por meio do IBP, Onip e a Fiesp'. O diretor da Onip, Eloi Fernandes, é um dos palestrantes, junto com De Luca e outros, nas audiências feitas no Congresso.” (Wikileaks)


Os documentos revelam a insatisfação das petroleiras com a nova lei do petróleo aprovada pelo Congresso Nacional – em especial, com o fato da Petrobrás passar a ser a única operadora – e como elas [multinacionais] atuaram, fortemente, no Senado para mudar a referida lei. E recomenda: “... é preciso cuidado para não despertar o nacionalismo dos brasileiros ...”.


De Luca é ex-diretor da Petrobrás, que junto com outros ex-integrantes da companhia mudaram de lado e hoje defendem interesses antagônicos aos do país. Queremos esclarecer para os brasileiros que leilão é privatização. Aliás, esse foi o principal tema no debate presidencial entre Dilma e Serra. Os candidatos, bem como os seus respectivos partidos, não assumiram a paternidade dos leilões de petróleo.


Provavelmente, a presidenta Dilma não queira entrar para a história como privativista, como FHC. E no caso da Dilma, pior ainda, pois se trata de petróleo. Talvez por isso, Dilma esteja reticente. E vale lembrar que o presidente Lula, em seu novo marco regulatório do petróleo, possibilita a não existência dos leilões. Basta que a presidenta Dilma passe esses blocos da 11ª rodada de licitações para a Petrobrás.


É importante, também, dizer à sociedade que existe um grande bloqueio da mídia, como disse o Wikileaks: “... é preciso cuidado para não despertar o nacionalismo dos brasileiros”.


Por trás desse bloqueio, pode estar a direção da Petrobrás e o governo federal – os maiores clientes da mídia brasileira –, interessados em transformar o Brasil em grande exportador de petróleo.Vamos continuar a ser exportador de matéria prima, ceder nossas riquezas minerais para o mundo? Creio que os verdadeiros brasileiros não exportariam nosso petróleo para, entre outras coisas, abastecerem os carros dos norte-americanos e europeus. Os verdadeiros brasileiros usariam essa riqueza para melhorar a vida de nosso povo! Aliás, esse era o espírito da campanha O Petróleo É Nosso! Será que nosso povo lutou para agora entregarmos de “mãos beijadas” nossa maior riqueza? Creio que não. O Petróleo Tem que Ser Nosso!

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