Comitês estaduais acionam alerta à Comissão da Verdade
Prazo curto demanda maior agilidade e união de esforços...
Membros da Comissão da Verdade
Agilidade nos trabalhos, investigar também os abusos cometidos contra os índios durante o regime militar e divulgar o orçamento com que trabalha foram algumas das cobranças feitas pelos comitês estaduais à Comissão Nacional da Verdade nesta 2ª feira, em Brasília. Compostos por organizações da sociedade civil, de combatentes, parlamentares das assembleias legislativas, vereadores e familiares de presos políticos mortos durante a ditadura, cerca de 40 representantes desses comitês se reuniram com os membros da Comissão Nacional e acionaram sinais de alerta que merecem toda nossa atenção.
"A comissão tem que partir do que já está feito e avançar. Tem que exigir a abertura de todos os arquivos ainda não abertos. Suas audiências tem que ser públicas. A comissão deve ter um mecanismo ágil para receber as denúncias e processar esses documentos” cobrou, muito acertadamente, Iara Xavier, do Comitê pela Verdade, Memória e Justiça do DF. Em relação às expectativas sobre a Comissão Nacional da Verdade, Iara não se deixou intimidar pelas dificuldades existentes: “Queremos o impossível!”.
Outra preocupação foi levantada por Francisco Celso Calmon, do Fórum Memória e Verdade do Espírito Santo. Ante o curto prazo dos trabalhos – a Comissão foi instaurada em 16 de março de 2012 e tem agora apenas 1 ano e 9 meses de trabalho – ele se manifestou no sentido de que “o resultado do relatório não sirva ao arquivo morto da nação, mas que seja um relatório vivo para que se criminalize os que cometeram crimes contra a humanidade.”
O curto prazo para a entrega dos trabalhos também é a preocupação de Diego Oliveira do Comitê Santa-Mariense de Direito à Memória e à Verdade, de Santa Maria (RS). “O efetivo reduzido prazo da comissão seria compensado com a dedicação exclusiva”, afirmou. Ele pede dedicação exclusiva, a divulgação do valor previsto para a execução dos trabalhos e denuncia a falta de autonomia orçamentária da Comissão, hoje vinculada à Casa Civil.
Dipp: “Vamos trabalhar em sintonia”
Os comitês estaduais se colocaram à disposição para tomar depoimentos dos combatentes e entregar à Comissão Nacional todos os documentos que possuem. A importância da união de forças foi reforçada pelo coordenador da instância nacional, ministro Gilson Dipp. Ele também avaliou os riscos levantados durante a reunião.
“Temos essa demanda natural, muitas vezes até reprimida, mas o importante é que vamos trabalhar com apoio e em sintonia com todos os comitês estaduais para que eles possam realizar algumas das tarefas nos Estados para que possamos fazer a triagem”, afirmou Dipp.
Todos os alertas e as cobranças feitas pelos comitês na reunião são fontes de problemas existentes e nos preocupam. De fato, o tempo é curto e a necessidade da dedicação exclusiva é real. Como eles, também estou muito preocupado com o ritmo da Comissão. Sem falar que tem sim de ser tudo público. Sessões secretas, nem pensar.
(Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)
Membros da Comissão da Verdade
Agilidade nos trabalhos, investigar também os abusos cometidos contra os índios durante o regime militar e divulgar o orçamento com que trabalha foram algumas das cobranças feitas pelos comitês estaduais à Comissão Nacional da Verdade nesta 2ª feira, em Brasília. Compostos por organizações da sociedade civil, de combatentes, parlamentares das assembleias legislativas, vereadores e familiares de presos políticos mortos durante a ditadura, cerca de 40 representantes desses comitês se reuniram com os membros da Comissão Nacional e acionaram sinais de alerta que merecem toda nossa atenção.
"A comissão tem que partir do que já está feito e avançar. Tem que exigir a abertura de todos os arquivos ainda não abertos. Suas audiências tem que ser públicas. A comissão deve ter um mecanismo ágil para receber as denúncias e processar esses documentos” cobrou, muito acertadamente, Iara Xavier, do Comitê pela Verdade, Memória e Justiça do DF. Em relação às expectativas sobre a Comissão Nacional da Verdade, Iara não se deixou intimidar pelas dificuldades existentes: “Queremos o impossível!”.
Outra preocupação foi levantada por Francisco Celso Calmon, do Fórum Memória e Verdade do Espírito Santo. Ante o curto prazo dos trabalhos – a Comissão foi instaurada em 16 de março de 2012 e tem agora apenas 1 ano e 9 meses de trabalho – ele se manifestou no sentido de que “o resultado do relatório não sirva ao arquivo morto da nação, mas que seja um relatório vivo para que se criminalize os que cometeram crimes contra a humanidade.”
O curto prazo para a entrega dos trabalhos também é a preocupação de Diego Oliveira do Comitê Santa-Mariense de Direito à Memória e à Verdade, de Santa Maria (RS). “O efetivo reduzido prazo da comissão seria compensado com a dedicação exclusiva”, afirmou. Ele pede dedicação exclusiva, a divulgação do valor previsto para a execução dos trabalhos e denuncia a falta de autonomia orçamentária da Comissão, hoje vinculada à Casa Civil.
Dipp: “Vamos trabalhar em sintonia”
Os comitês estaduais se colocaram à disposição para tomar depoimentos dos combatentes e entregar à Comissão Nacional todos os documentos que possuem. A importância da união de forças foi reforçada pelo coordenador da instância nacional, ministro Gilson Dipp. Ele também avaliou os riscos levantados durante a reunião.
“Temos essa demanda natural, muitas vezes até reprimida, mas o importante é que vamos trabalhar com apoio e em sintonia com todos os comitês estaduais para que eles possam realizar algumas das tarefas nos Estados para que possamos fazer a triagem”, afirmou Dipp.
Todos os alertas e as cobranças feitas pelos comitês na reunião são fontes de problemas existentes e nos preocupam. De fato, o tempo é curto e a necessidade da dedicação exclusiva é real. Como eles, também estou muito preocupado com o ritmo da Comissão. Sem falar que tem sim de ser tudo público. Sessões secretas, nem pensar.
(Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)
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