segunda-feira, 25 de maio de 2015

ECONOMIA - Desigualdade de renda aumenta nos países ricos.

Desigualdade de renda aumenta nos países ricos e cai na América Latina 

   

Um relatório da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), Por que menos desigualdade beneficia a todos, mostra que as desigualdades entre ricos e pobres em todo o mundo atingiram o nível mais alto desde que a OCDE começou a medição dos dados, há 30 anos. De acordo com matéria publicada no El País, atualmente, nos 34 países dessa instituição, a parcela dos 10% mais favorecidos concentra 50% da riqueza, enquanto os 40% mais pobres têm acesso apenas a 3% dela.
No entanto, segundo estudo, essa diferença de renda caiu na América Latina e Caribe desde o fim dos anos 90. “Na maioria dos países da América Latina, as diferenças de renda da população diminuíram, principalmente, no Brasil, Peru, México e na Argentina, e em menor escala no Chile.” Os principais fatores para essa redução da desigualdade na região “são a queda das diferença salariais entre trabalhadores com alto e baixo nível de formação e o aumento do número de adultos que participa da força de trabalho”. O estudo também destacou que esses países tiveram maior acesso à educação. “Além disso, a ampliação dos programas de transferência de renda contribuíram para promover maior redistribuição de renda e, consequentemente, mais desenvolvimento.”
Os dados da OCDE mostram também que políticas de ajuste e austeridade aumentam as desigualdades e diminuem os direitos trabalhistas e sociais. Sempre de acordo com a matéria no El País, na Espanha, por exemplo, as rendas das famílias diminuíram, em média, 3,5% nesse período. 10% das famílias mais pobres perderam 13% de sua receita anual entre 2007 e 2011, enquanto que entre os 10% mais ricos a renda anual mostrou queda de apenas 1,5%. Dois motivos: a elevada taxa de desemprego que custa a cair e os ajustes fiscais que afetam o seguro-desemprego, o setor de educação e a falta de investimentos. Outras medidas aumentaram as desigualdades. A consolidação fiscal, diz a OCDE, incluiu aumentos de impostos sobre a renda e o consumo (em 2011 e 2013), enquanto que cortes nos benefícios sociais (2013) atingiram as camadas mais pobres. O aumento dos empregos temporários ou diferenças salariais entre homens e mulheres também contribuíram para o quadro.
As políticas sociais e de aumento emprego e renda dos trabalhadores adotadas pelos governos progressistas na América Latina — e no Brasil durante os governos Lula e Dilma (2003-2014) — explicam a diminuição da desigualdade. Mas ainda há muito o que fazer, porque a desigualdade no Brasil e na América Latina, como mostra o próprio estudo da OCDE, é uma das maiores do mundo.
O desafio dos partidos e governos de esquerda na América Latina é repensar a estratégia adotada nas ultimas décadas para avançar. Fazendo reformas estruturais, como a tributária e bancária, e continuando com a política de distribuição de renda e radicalização da democracia.

Nenhum comentário: