Comprar e vender ativos é para bancos, não para empresa criada por exigência do povo brasileiro
Autor: Rogério Lessa
"Inadmissível é o mínimo que se
poderia dizer sobre a venda dos ativos anunciados na matéria. Esse tipo
de operação é digno do sistema financeiro, não de uma empresa como a
Petrobrás, criada por exigência da sociedade brasileira". O comentário é
do ex-presidente da AEPET, Diomedes Cesário, sobre notícia veiculada na
Folha de São Paulo desta terça-feira (26) dando conta de que a
Petrobrás estaria colocando à venda seis blocos de petróleo, cinco deles
na camada pré-sal, para obter US$ 4 bilhões.
No mesmo texto, o jornal afirma que esta
operação faz parte de um pacote maior de alienação do patrimônio, que
inclui distribuidoras de gás, termelétricas e postos de gasolina no
exterior. "As áreas anunciadas na matéria foram cedidas à Petrobrás
através de leilões da ANP - Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis, que para a AEPET é a responsável pelo açodamento com
que se extrai petróleo no Brasil sem qualquer planejamento e com
desindustrialização e geração de empregos no exterior. Esperava-se que a
retribuição viesse com novas descobertas de reservas e produção de
petróleo para abastecer o país, gerando empregos e desenvolvimento",
criticou.
A matéria da Folha diz ainda que a
Petrobrás pretende abrir capital da BR Distribuidora e que uma das
partes mais importantes do pacote é a venda de ativos de exploração e
produção de petróleo. Mais grave: o processo, "que acaba de começar",
estaria sob coordenação do Bank of America Merill Lynch.
Para Diomedes, transferir ativos para
petroleiras multinacionais é se comportar como os antigamente
denominados "testas de ferro", agentes que agiam disfarçadamente para
encobrir os verdadeiros mandantes.
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