O que Del Nero está esperando para cair fora?
João Havelange e seu ex-genro Ricardo Teixeira, que mandaram na Fifa e na CBF nos últimos 40 anos, como se fossem seus donos, já tinham dançado. Confundiram entidades privadas com propriedades particulares. O herdeiro do espólio, José Maria Marin, está em cana na Suíça. Joseph Blatter foi obrigado a renunciar antes que a polícia chegasse. A casa caiu. Em meu comentário no Jornal da Record News de terça-feira (vídeo abaixo), sugeri que Marco Polo Del Nero, o atual presidente da CBF, siga o exemplo do capo do futebol mundial, e também caia fora rapidinho.
Aos 74 anos, este inexpressivo advogado paulista, que se tornou mais conhecido por desfilar em iates acompanhado de exuberantes namoradas jovens, com idade para serem suas netas, sem nunca ter feito nada de relevante no submundo da cartolagem, deveria se fingir de morto e sair de fininho, antes que seja tarde demais. E é melhor não sair do Brasil, pois aqui, com a polícia e a justiça que temos, ele estará mais seguro.
Basta ver o que aconteceu com Ricardo Teixeira, que está solto até hoje. Obrigado a deixar a presidência da CBF em 2012, e desde então investigado pela Polícia Federal, só esta semana, depois que o FBI arrombou o bunker da Fifa, ele foi indiciado pelos crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e falsidade ideológica. Embora o processo seja mantido em grau máximo de sigilo _ nem a identidade do juiz responsável pode ser divulgada _ ficamos sabendo que, apenas em 2014, durante a Copa no Brasil, Teixeira movimentou mais de R$ 460 milhões. Imaginem quanto seria se ele não estivesse sendo investigado... Qual a razão de tanto sigilo?
Antes mesmo de assumir a presidência da CBF, poucas semanas atrás, Del Nero já era investigado pelo Ministério Público Federal, no Rio, para apurar se houve irregularidades na compra de dois apartamentos de alto luxo na Barra da Tijuca, no Rio. Primeiro, ele comprou um duplex por R$ 1,6 milhão e, poucos meses depois, resolveu arrematar outro na cobertura do mesmo prédio, por R$ 5,2 milhões, adquirido de Wagner Abrahão, velho parceiro comercial da CBF e do ex-presidente Ricardo Teixeira. É tudo um mistério.
Afinal, quem pagou todas estas propinas milionárias para tanta gente, a mando de quem, com que objetivo?
Como vemos, este é um assunto cada vez mais para o noticiário policial do que para o esportivo, que até está sumindo dos nossos jornais. Ninguém mais fala de futebol, só do escândalo. Antes tarde do que nunca, graças ao FBI, a podridão do esporte mais popular do mundo, nossa grande paixão, em que o Brasil já foi soberano, está vindo a público e, quem sabe, a gangue toda vá passar o resto de suas vidas atrás das grades. Resta saber quem assumirá a massa falida no lugar deles.
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