terça-feira, 8 de setembro de 2009

ECONOMIA - Mobilidade social garante resistência à crise.

Copiado do Blog do Alê.

Mais um indicador de que a crise acabou por aqui. Nota publicada na coluna do jornalista Lauro Jardim, dá conta que os índices de desigualdade e renda voltaram aos mesmos níveis pré-crise – e que eram os melhores da história. Segundo um estudo coordenado pelo economista Marcelo Neri, da FGV-RJ, que será lançado na quarta-feira, a desigualdade de renda passou por forte deterioração em janeiro, quando 30% das melhoras dos últimos anos se perderam. Mas já retornou ao mesmo patamar de julho de 2008.

A classe C, que reúne 53% da população, continuou sorrindo até na crise: entre julho de 2008 e julho de 2009, sua renda cresceu 2,5%. As classes A e B estão somente 0,5% abaixo dos níveis de um ano atrás.

Segundo levantamento feito em supermercados, o volume de venda de alimentos, bebidas, produtos de higiene e limpeza mantiveram crescimento no primeiro semestre. A classe C continua sendo a locomotiva do consumo. Para Patrícia Rosado, "a crise passou muito sutil". Com inflação e renda estáveis e a melhora no mercado de trabalho, o consumidor brasileiro foi menos prejudicado pela crise que os de outros países.

Dinâmica do comércio varrejista nos últimos 18 meses.


"O desempenho mais positivo do mercado de trabalho deve fomentar ainda mais o restante da atividade econômica nos meses à frente, principalmente as vendas varejistas", afirma Octavio de Barros. O economista projeta um crescimento de 4,3% nas vendas do comércio neste ano em relação ao ano passado. Para 2010, a expectativa é de uma expansão maior, de 7,6%. No novo cenário previsto pelo economista, a massa salarial real, ou seja, a soma dos ganhos das pessoas empregadas, também terá um crescimento mais expressivo. Agora, a projeção é de alta de 4,1%, um ponto percentual acima da expectativa anterior.

As classes C, D e E serão as âncoras do Natal. São 35 milhões de famílias que gastam R$ 1,3 trilhão por ano e respondem por 78% do consumo dos lares brasileiros. Essa parcela da população teve seu poder de compra blindado em meio à crise mundial e, segundo especialistas, salvará a lista de presentes do Papai Noel em 2009, invertendo a lógica de 2008, quando o foco eram os segmentos B e C.

A bonança da base da pirâmide é consequência, explica Neri, da ampliação da renda que essas parcelas da população tiveram nos últimos anos em função do reajuste do salário mínimo em percentuais superiores à inflação, do maior acesso ao crédito e de programas de transferência de renda.

Além dos programas de transferência de renda, a mobilidade social pode ser explicada pelo aumento recorde no emprego formal (média de 1,5 milhão/ano) e ao acesso a crédito. Segundo o presidente do Sindicato das Empresas do Setor Imobiliário (SECOVI), João Crestana: "Nós estamos em um momento muito feliz. Hoje o nosso próprio trabalhador, pedreiro, carpinteiro pode comprar um imóvel que ele ajuda a construir".

O mais curioso nisso tudo é determinada esquerda fazer coro com os editoriais do Estadão e da Veja, dizendo que 'nada mudou', 'que a política econômica é a mesma', 'neoliberal', etc, etc. A resistência à crise das camadas da população que historicamente eram sempre as mais atingidas, não pode ser explicada por 'esmolas'. Ninguém muda de classe social recebendo R$ 90,00 como complemento de renda.

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