Parece incrível, mas quem administra o Banco de Dados da ANP é nada mais nada menos do que a famosa Halliburton.
Carlos Dória
De acordo com matéria do jornal `Valor Econômico` (14/09), que complementa a matéria do mesmo jornal publicada no dia 28/07, noticiou sobre erro de informação no Banco de Dados de Exploração e Produção (BDEP), administrado pela Agência do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). No BDEP, segundo a notícia, estavam listados 28 poços perfurados no pré-sal e nove deles estavam registrados com `resultados pouco animadores: secos ou classificados como produtores subcomerciais de petróleo ou gás`. Segundo Valor, a diretora da ANP responsável pela área de Dados Técnicos e Definição de Blocos, Magda Chambriard diz que o BDEP, subordinado a sua diretoria, não pode atribuir resultados a áreas em perfuração antes que o próprio concessionário o faça. `O BDEP estava errado e eu agradeço. Quanto mais você usar [o BDEP] e mais vir que tem coisa errada, mais você me avisa e mais o banco de dados vai ficar confiável`, afirmou a diretora, ao Valor Econômico. O comentário, destacou o jornal, foi feito após 40 dias da reportagem anterior. No dia seguinte à reportagem, a ANP corrigiu uma das informações do seu banco de dados e disse que um dos poços classificados como seco na verdade continha petróleo. A ANP não respondeu outras ponderações do Valor, notadamente se em outros oito poços as informações estavam, também, erradas ou corretas. A matéria do Valor não se refere, mas recordemos que quem administra o BDEP para a ANP, e sem licitação, é a multinacional Halliburton, através da sua subsidiária no Brasil, Landmark Digital and Consulting Solutions. A Halliburton, pelos seus interesses estratégicos, defende a manutenção da atual legislação do petróleo [Lei 9478/97], sobretudo, para que o pré-sal não tenha o controle do Estado brasileiro. Não será estranho, portanto, que a divulgação de poços secos, baseadas em informações incorretas do BDEP, tenha por objetivo dar suporte à campanha que procura manchar a imagem da Petrobrás, descobridora do pré-sal. Diversos ataques dos lobistas do setor privado nacional e das multinacionais, via imprensa nacional e internacional, sobre a presença de poços secos no pré-sal tinham por objetivo diminuir a importância da descoberta pela Petrobrás daquela riquíssima e estratégica área, sobretudo quando viram que a União Federal se manifestou por revisar a legislação do petróleo, em função da descoberta do pré-sal. Especialistas dão conta de que é possível sim ocorrer poços secos, mas as ênfases negativas dadas nas matérias causavam estranheza em todos devido ao prestígio e a seriedade da Petrobrás em anunciar os resultados de suas pesquisas. (Redação)/AEPET.
Nenhum comentário:
Postar um comentário