O Globo abre espaço, hoje, para atacar a linha adotada pelo PT para a Conferência Nacional de Comunicação. O problema deles é com um trecho que diz que a atual legislação ” privilegia os grupos comerciais, em detrimento dos interesses da população. Esses modelos permitem a uns poucos grupos empresariais — muitas vezes associados a fortes conglomerados estrangeiros — exercer o controle quase absoluto sobre a produção e veiculação de conteúdos informativos e culturais”.
Traduzindo: a Rede Globo.
Houve um tempo em que o PT era o “queridinho” da Globo. Ruim, mesmo, eram Brizola e o PDT. Por que? Porque Brizolaeleito presidente significararia que, “no primeiro minuto, do primeiro dia do Governo”, como ele dizia, quebraria o monopólio da Globo.
Para saber como a Globo via Brizola, basta ouvir o que diz o insuspeito Fernando Collor, no vídeo que postei aqui.
Ou então, escutar o próprio Roberto Marinho no documentário inglês Muito Além do Cidadão Kane, que a Globo fez ser censurado durante mais de uma década.
Eles são tão “caras-de-pau” que, outro dia, na série de matérias que comemorou os 35 anos do Jornal Nacional, chamando o tempo do regime a quem serviu de “anos de censura e de lutas”. Anos em que ela inchou, tornou-se dona do sistema de televisão no Brasil.
A ditadura da Globo continuou mais além da ditadura militar. Continuou, como disse Leonel Brizola no documentário que a Globo proibiu de ser exibido no Brasil, enviando para “o exílio na Sibéria do esquecimento” todos os que se opunham ao seu poder.
O que a Globo tem medo numa mudança na lei de telecomunicações não é de uma “ditadura” estatal. De ditaduras ela entende e nela cresceu. O que a amedronta é que o prazo contratual das concessões de que dispõe passe a valer e elas não sejam mais eternamente renovadas. o que lhe põe medo é que se cumpra os limites de territorialidade para uma empresa - que já existem para inglês ver na lei - não se tornar monopolista.
Impérios se tornam mais ferozes quanto mais fracos estão. A Globo vive uma crise, que se expressa não apenas no campo comercial. Vejam como ela tirou a sua marca-símbolo e adotou o nome de G1 para seu portal.
Quando você vir algum órgão do império falando em democracia, pode crer que não é ideologia. É negócio.
Fonte: "Tijolaço" O Blog do Brizola Neto.
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