sexta-feira, 20 de novembro de 2009

" A ÙNICA FACE DO CAPITALISMO É DE MORTE".


''A única face do capitalismo é de morte''

Antes da crise econômica global eram 800 milhões as pessoas que sofriam de fome. Hoje, como recentemente fez saber Josette Sheeran, diretora do Programa Alimentar Mundial (PAM) das Nações Unidas, eles superaram um bilhão. No entanto, sublinhou, bastaria menos de um por cento do dinheiro público investido para a salvação dos Bancos durante o último ano para resolver o problema.

A reportagem é de Claudia Fanti, publicada na Agência italiana Adista, 09-11-2009. A tradução é de Benno Dischinger.

“Não pretendo insistir uma vez mais – comenta, aos 16 de outubro, o teólogo espanhol José María Castillo em seu blog (josemariacastillo.blogspot.com) – sobre nossas responsabilidades. Não quero, portanto, fazer pressão sobre nossas más consciências. O que quero dizer é que tudo isto, além do terrível problema humano que ele representa, é também um problema teológico”. Quando se crê em Jesus e no seu Evangelho – naquilo que Jesus disse: “Tive fome e me destes de comer”, naquele Jesus que pede ao jovem rico que compartilhe os seus bens em vez de acumulá-los -, então, pergunta-se Castillo, como se pode “viver, tolerar, legitimar e até favorecer o fato que Jesus continue a morrer de fome e de miséria”?

E, se é o sistema capitalista que permite tudo isso – que a cada cinco segundos morra de fome uma criança com menos de cinco anos e a cada quatro minutos alguém deixe de viver por falta de vitamina A – como se posiciona a esse respeito o cristianismo? Dito com outras palavras: o cristianismo é compatível com o capitalismo? Sobre esta questão intervém o economista e estudioso da globalização Cesare Frassineti, o qual evidencia, a partir de uma reflexão sobre o Magistério social da Igreja, a necessidade de uma condenação “clara e inequívoca” do sistema capitalista enquanto tal e não só de sua versão “selvagem”, tomando, portanto, distância da posição das cúpulas eclesiásticas, as quais consideram “aceitável o assim dito ‘capitalismo de fisionomia humana’, vale dizer a liberdade de mercado num contexto de regras adequadas”.

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