O emprego da geração Y
Por André
Estamos em uma situação curiosa: o pessoal da chamada Geração Y (nascidos nos anos 1980) quer um emprego de qualidade, com bom ambiente de trabalho e boa remuneração, mais horários que não signifiquem perder a vida para ficar em função de trabalho. Porém, os empregadores não notaram isso e majoritariamente seguem oferecendo infernos na Terra para seus funcionários, bem como amam miguelar contratações para aumentar em uns trocos de café lucros já milionários.
Com isso, dá para ver a desilusão da galera, que desistiu de procurar alguma ocupação que tenha sentido e por ora, só quer mesmo o dinheiro. Também se preocupam menos em fazer amigos no ambiente de trabalho, o que, em contexto brasileiro, pode denotar aquilo que a pesquisa CNT/Sensus constatou: a queda do QI e as quase-seitas secretas que ele forma como fator empregatício em empresas do Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
A pesquisa foi feita nos EUA, mas como há muitas previsibilidades nos seres humanos de qualquer lugar do mundo, é de se imaginar que no Brasil sensação parecida esteja aparecendo, até porque este país é, a exemplo dos EUA, historicamente de ascensão social (claro que menos acentuada que a de lá, mas existente).
Menciona-se aqui que os nascidos no Pós-Segunda Guerra são mais otimistas que seus sucessores, bem como mais prósperos, ainda que tenham vivido para trabalhar. E como esses tornaram-se pais de muitos da Geração Y, pode haver conflito doméstico (não confundir com briga e porrada) em relação à forma como encaram o mundo. Os da Geração Y, desiludidos com o trabalho e qualquer forma de ascensão social (aliás, poderá ser geração financeiramente mais pobre que seus antecessores), poderão externalizar isso e gerarem conflitos com seus antecessores que se condicionaram a ver o mundo de uma forma mais aberta justamente por terem tido mais oportunidades e com melhor remuneração. E nessa, o Geração Y acaba por se sentir censurado em seu lar, mas, pela falta de dinheiro de seus empregos que pedem zilhões de qualificações para pagar uma merreca, sabendo que terá de continuar a dividir casa com aqueles que lhe puseram no mundo e que têm a tal mentalidade moldada pelos anos de fartura que tiveram.
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