quinta-feira, 11 de março de 2010

ECONOMIA - Campanha contra o Brasil influenciou o resultado do PIB.

Para presidente da CUT, "campanha contra o Brasil" feita pela mídia influenciou resultado do PIB

Ele criticou critica empresários por reduzir a produção e sindicalistas que negociaram acordos de redução salarial, além de analistas que alardearam crise

Por: Vitor Nuzzi, Rede Brasil Atual


Para presidente da CUT, "campanha contra o Brasil" feita pela mídia influenciou resultado do PIB

(Foto: Divulgação)

São Paulo - O resultado do PIB em 2009 (-0,2%) foi consequência, entre outros fatores, de uma campanha contra o Brasil feita por parte da mídia, afirmou o presidente da CUT, Artur Henrique da Silva Santos. Ele criticou também empresários e sindicalistas por terem "aderido" a essa campanha, contribuindo para reduzir a atividade econômica no pior momento da crise, enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pedia que as pessoas continuassem consumindo.

Ele citou os presidentes da Fiesp, Paulo Skaf, da Força Sindical, Paulo Pereira da Siva, o Paulinho, e da Vale, Roger Agnelli. O primeiro por ter defendido acordos que incluíam redução de jornada e salários, o segundo por ter afirmado que a crise provocaria 3 milhões de desempregados e o último por ter defendido, no final de 2008, uma "flexibilização temporária" da legislação trabalhista.

"Ele (Agnelli) foi oportunista. Estava se aproveitando da crise para fazer ajustes em sua empresa", disse Artur, que considerou também "absurda" a previsão feita por Paulinho. "De onde ele tirou esse número (3 milhões)?", questiona. Em 2009, segundo os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, o Brasil criou 995 mil empregos formais.

"O resultado do PIB tem um forte componente, infelizmente, de uma parte da mídia e de alguns empresários e sindicalistas, que no auge da crise resolveram pôr o pé no freio, sem acreditar que o Brasil tinha condições (de reagir)", criticou Artur. Na indústria automobilística, lembrou, empresas que demitiram tiveram de recontratar pessoal poucos meses depois – segundo ele, "uma burrice" do ponto de vista da gestão empresarial. Ele citou também as tentativas de um acordo "guarda-chuva" discutidas pela Fiesp e pela Força, no início do ano passado, que permitiriam redução salarial.

"Eu ouvia de todos os analistas: a crise é grave, vai aumentar o desemprego, o Brasil não vai sair (da crise) tão cedo. A crise continua grave, mas eu não posso esquecer o papel que a imprensa teve na campanha contra o Brasil", acrescentou o presidente da CUT, lembrando que já naquele momento a central defendeu, no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CNDES, o Conselhão), uma "agenda positiva" para o Brasil, com redução de impostos e fortalecimento do mercado interno, por meio do crescimento do emprego e da renda.

"Apesar de tudo isso, o resultado do PIB é extremamente positivo. Tanto é que ninguém fala mais do PIB de 2009, mas do de 2010", disse Artur. "Entre os países do G20 (que reúne as principais economias mundiais), o Brasil está entre os seis melhores resultados do PIB (no ano passado)", lembrou, citando as quedas de 2,4% nos Estados Unidos, de 7,9% na Rússia, de 6,5% no México, de 5% no Japão e de 4,2% na União Europeia.

O presidente da CUT cita ainda o papel dos bancos privados durante a crise. "Seguraram dinheiro e não liberavam crédito, no momento em que mais se precisava", criticou. "Quem teve de fazer isso foram os bancos públicos."

Fonte/Rede Brasil Atual.

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