Para presidente da CUT, "campanha contra o Brasil" feita pela mídia influenciou resultado do PIB
Ele criticou critica empresários por reduzir a produção e sindicalistas que negociaram acordos de redução salarial, além de analistas que alardearam crise
São Paulo - O resultado do PIB em 2009 (-0,2%) foi consequência, entre outros fatores, de uma campanha contra o Brasil feita por parte da mídia, afirmou o presidente da CUT, Artur Henrique da Silva Santos. Ele criticou também empresários e sindicalistas por terem "aderido" a essa campanha, contribuindo para reduzir a atividade econômica no pior momento da crise, enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pedia que as pessoas continuassem consumindo.
Ele citou os presidentes da Fiesp, Paulo Skaf, da Força Sindical, Paulo Pereira da Siva, o Paulinho, e da Vale, Roger Agnelli. O primeiro por ter defendido acordos que incluíam redução de jornada e salários, o segundo por ter afirmado que a crise provocaria 3 milhões de desempregados e o último por ter defendido, no final de 2008, uma "flexibilização temporária" da legislação trabalhista.
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"Ele (Agnelli) foi oportunista. Estava se aproveitando da crise para fazer ajustes em sua empresa", disse Artur, que considerou também "absurda" a previsão feita por Paulinho. "De onde ele tirou esse número (3 milhões)?", questiona. Em 2009, segundo os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, o Brasil criou 995 mil empregos formais.
"O resultado do PIB tem um forte componente, infelizmente, de uma parte da mídia e de alguns empresários e sindicalistas, que no auge da crise resolveram pôr o pé no freio, sem acreditar que o Brasil tinha condições (de reagir)", criticou Artur. Na indústria automobilística, lembrou, empresas que demitiram tiveram de recontratar pessoal poucos meses depois – segundo ele, "uma burrice" do ponto de vista da gestão empresarial. Ele citou também as tentativas de um acordo "guarda-chuva" discutidas pela Fiesp e pela Força, no início do ano passado, que permitiriam redução salarial.
"Eu ouvia de todos os analistas: a crise é grave, vai aumentar o desemprego, o Brasil não vai sair (da crise) tão cedo. A crise continua grave, mas eu não posso esquecer o papel que a imprensa teve na campanha contra o Brasil", acrescentou o presidente da CUT, lembrando que já naquele momento a central defendeu, no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CNDES, o Conselhão), uma "agenda positiva" para o Brasil, com redução de impostos e fortalecimento do mercado interno, por meio do crescimento do emprego e da renda.
"Apesar de tudo isso, o resultado do PIB é extremamente positivo. Tanto é que ninguém fala mais do PIB de 2009, mas do de 2010", disse Artur. "Entre os países do G20 (que reúne as principais economias mundiais), o Brasil está entre os seis melhores resultados do PIB (no ano passado)", lembrou, citando as quedas de 2,4% nos Estados Unidos, de 7,9% na Rússia, de 6,5% no México, de 5% no Japão e de 4,2% na União Europeia.
O presidente da CUT cita ainda o papel dos bancos privados durante a crise. "Seguraram dinheiro e não liberavam crédito, no momento em que mais se precisava", criticou. "Quem teve de fazer isso foram os bancos públicos."
Fonte/Rede Brasil Atual.
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