Sanções comerciais: a guerra do cordeiro com o lobo
Todos leram que a Organização Mundial do Comércio autorizou o Brasil a sancionar em perto de US$ 830 milhões os Estados Unidos por subsídios indevidos que prejudicaram nossas exportações de algodão. Hoje, o londrino Financial Times, um dos mais importantes porta-vozes dos grandes interesses econômicos faz do Brasil, que é vítima, o provocador de uma “guerra comercial” com os EUA, quando, simplesmente, aplicamos as sanções decididas, depois de anos, por um organismo multilateral.
As sanções comerciais têm pouca importãncia, apesar de representatem mais de dois terços do valor total. É que não podemos aplicá-las plenamente por duas razões. A primeira é aplicar alíquotas torna as importações mais caras, leva água para o moinho da inflação e atinge os segmentos que comercializam ou usam como matérias-primas os produtos taxados mais fortemente. A segunda, e mais importante, é que isso nem faz cócegas num gigante como os EUA, cujas exportações para o Brasil representam apenas 2,5% de sua pauta comercial com o exterior.
O capítulo mais significativo da disputa, porém, só começa dentro de um mês, quando o Brasil divulgará a lista dos direitos intelectuais – patentes – que terá o direito de quebrar, no valor de 238 milhões. Aí é que se toca no coração da fera. Com um alfinete, é certo, mas se toca. A dominação imperial moderna se dá, hoje, muito fortemente por aí. O conhecimento é a mais valiosa e insubstituível mercadoria do mundo moderno.
Fonte:Blog Tijolaço, do Brizola Neto.
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