terça-feira, 2 de março de 2010

GENERAL NETO RECUPERA SUA ESCOLA.

Do blog TIJOLAÇO, do Brizola Neto.

General Neto recupera sua escola

Os lanceiros negros foram decisivos na Revolução Farroupilha

No primeiro cargo executivo que ocupou, o de prefeito de Porto Alegre, Leonel Brizola já tratava a educação como uma questão essencial da democracia. Uma das primeiras escolas que fez, por isso, foi batizada com o nome de General Neto.

Antonio de Souza Neto foi o segundo homem na hierarquia da Revolução Farroupilha. Era um abolicionista ferrenho, e foi um dos que organizou a cavalaria republicana, onde despontavam, como valentes e invencíveis, os Lanceiros Negros, tropa formada por escravos libertos, que foram massacrados na batalha de Porongos. Há versões que dizem ter sido os lanceiros desarmados antes da luta pelo General Davi Canabarro, um dos oficiais farrapos não-abolicionistas e massacrados pelas tropas imperiais. Outros, que eles foram supreendidos, mas que sua resistência heróica permitiu que o Tratado de Monte Verde fosse negociada uma paz honrosa aos gaúchos, ao preço deste sangue negro.

Foi este corpo de lanceiros negros que decidiu, com o General Neto no comando, a Batalha de Seival, após a qual foi proclamada a República Farroupilha. Ao negociar o armistício, Bento Gonçalves exigiu a liberdade dos ex-escravos farroupilhas. Como os imperiais não concordaram com essa exigência, Gonçalves disse que o Rio Grande continuaria a guerra,” não podendo voltar aos grilhões os negros que há cinco anos lutavam pela liberdade na América”.

Sobre os Lanceiros Negros, recomendo, como excelente leitura, o texto Os Escravos que lutaram em troca de liberdade , de Guillherme Justino.

A história do General Neto está contada, numa de suas visões, no premiado filme Neto perde sua Alma, de Beto Souza, sobre um romance de Tabajara Ruas. Para quem assistiu à série Casa das Sete Mulheres, ele era o personagem interpretado por Tarcísio Filho.

Bem, conto isso tudo porque ontem foi reaberta, reformada, a Escola General Neto, construída e batizada por meu avô em 1956. Nunca havia sido reformada, em mais de 50 anos, e seus alunos nem mais podiam entrar nela, estavam tendo aulas no Clube Lajeado, ali perto, e pior, em conteineres de metal, numa cidade onde faz frio e, nestes dias, um calor que fez com que muitos a chamassem de Forno Alegre. Agora, a escola está esta belezinha que você vê na foto. Divergências políticas à parte, cumprimento o governo gaúcho por esta obra indispensável.

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