segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

GRÉCIA - Militares governam por decreto.

Sem Constituição e sem Congresso, militares governam Egito por decreto.

Ainda que dentro do previsível a partir do momento em que a rebelião popular se impôs, não são boas as notícias vindas do Egito sobre o processo de transição que eles passam a viver. Os miltares que tomaram o poder fecharam o Congresso, revogaram a Constituição, anunciaram que vão governar por seis meses e passaram a fazê-lo por decreto.

Mantêm, assim, as eleições presidenciais e gerais para setembro, conforme marcara o ditador Hosni Mubarak, quando a oposição e o povo rebelado fez a sua revolução para que elas fossem já e o quanto antes o país se democratizasse e encaminhasse a solução de seus mais graves problemas.

A Constituição era feita e moldada pelo deposto ditador Hosni Mubarak para a sua ditadura pessoal e militar. E o fechamento do Congresso, eleito em eleições fraudulentas e manipuladas pela ditadura, era uma das reivindicações da população rebelada. Mas, com sua substituição por outro, composto por eleições livres, limpas, democráticas - e já.

Um filme já visto antes

Congresso fechado, transição longa e Comando Militar governando por decreto... um pouco mais suavizado, nós já vimos esse filme antes, na América Latina - às vezes até com "reprises" - e aqui no Brasil.

Aqui os militares fecharam ou cercaram o Congresso em 1964 quando do golpe; em 1968 após a decretação do AI-5; em 1977, com o "Pacote de Abril" do general-presidente Ernesto Geisel; e, em abril de 1984, quando da votação da emenda das Diretas Já para presidente da República. É um processo que se sabe como começa, mas nunca como termina.

No Oriente Médio, no processo deflagrado pela rebelião popular que dia 14 de janeiro primeiro derrubou a ditadura na Tunísia - a do Egito foi a 2ª derrubada na região em um mês - o rastilho de pólvora continua se alastrando, conforme tenho previsto aqui.

No fim de semana (ontem) ocorreram grandes manifestações de protesto pró-derrubada dos governos do Iêmen e da Argélia. Neste, mais de 400 manifestantes foram presos ontem, segundo a oposição.

Fonte: Blog do Zé Dirceu.

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