segunda-feira, 11 de maio de 2015

ECONOMIA - E os bancos surfam nas melhores ondas.


A cada momento, uma nova má notícia é oferecida ao público que esperava dias melhores. 

Os juros decolam. O Fies definha. Enquanto o desemprego cresce, as regras de proteção aos demitidos tornam-se mais severas.

O sonho de comprar imóvel vira pesadelo com as novas taxas da Caixa Econômica e do Banco do Brasil. Minha Casa, Minha Vida atualmente vale tanto quanto um slogan eleitoral de ocasião, e nada mais do que isso.

As demissões vêm a galope. O pé no freio das montadoras indica um efeito dominó que não se sabe onde vai parar.

A crise na Petrobras engessa uma parte significativa do PIB nacional; é como se a sede do Ministério da Fazenda tivesse se transferido de Brasília para o Paraná.

E o governo de turno assiste a tudo isso com uma mistura de empáfia e desorientação. Cancela pronunciamentos em dias-chave, vide o 1º de Maio, foge de cerimônias oficiais como prisioneiro em um bunker, evita contato com o povo.

...Nem uma palavra sobre a distribuição justa do ônus de uma crise mundial que atinge o conjunto do planeta. Como sempre, a conta é espetada no lombo dos trabalhadores.

Coincidência ou não, na mesma época somos informados dos resultados dos principais bancos do país.

O Itaú Unibanco registrou lucro líquido de R$ 5,733 bilhões no primeiro trimestre deste ano. O ganho é recorde para o período... 

Um pouco antes, o Bradesco anunciou ter fechado o primeiro trimestre de 2015 com lucro líquido de R$ 4,244 bilhões, 6,3% acima do resultado do quarto trimestre de 2014 e 23,3% maior que o mesmo período do ano passado.

Os trabalhadores penam, a indústria resmunga, o comércio reclama. Já o capital financeiro comemora. Será que é tão difícil saber de onde tirar?

O QUE É ROUBAR UM BANCO COMPARADO A FUNDAR UM BANCO?



"Hay gente que se escandaliza más porque se les rompan los cristales a los bancos que porque los bancos los bancos se dediquen a romper la vida de la gente" (anônimo)

"O monopólio surgiu dos bancos, os quais, de modestas empresas intermediárias que eram antes, se transformaram em monopolistas do capital financeiro. Três ou cinco grandes bancos de cada uma das nações capitalistas mais avançadas realizaram a 'união pessoal' do capital industrial e bancário, e concentraram nas suas mãos somas de milhares e milhares de milhões, que constituem a maior parte dos capitais e dos rendimentos em dinheiro de todo o país. 

A oligarquia financeira, que tece uma densa rede de relações de dependência entre todas as instituições econômicas e políticas da sociedade burguesa contemporânea sem exceção: tal é a manifestação mais evidente deste monopólio.

O imperialismo é a época do capital financeiro e dos monopólios, que trazem consigo, em toda a parte, a tendência para a dominação, e não para a liberdade. A reação em toda a linha, seja qual for o regime político, é a exacerbação extrema das contradições. (...) Intensifica-se também particularmente a opressão nacional e a tendência para as anexações, isto é, para a violação da independência nacional.

Os monopólios, a oligarquia, a tendência para a dominação em vez da tendência para a liberdade, a exploração de um número cada vez maior de nações pequenas ou fracas por um punhado de nações riquíssimas ou muito fortes: tudo isto originou os traços distintivos do imperialismo, que obrigam a qualificá-lo de capitalismo parasitário, ou em estado de decomposição." (Lênin, O Imperialismo, Etapa Superior do Capitalismo, cujo texto integral pode ser acessado aqui)

"O que é roubar um banco comparado a fundar um banco?" (Bertolt Brecht)

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