quarta-feira, 20 de maio de 2015

ECONOMIA - A política de uma nota só do BC.

Juros mais altos aumentam dívida interna e ameaçam superávit  
 
Vejam a notícia de que empresas lucram menos que os bancos no primeiro trimestre de 2015, um levantamento da consultoria Economatica publicado pelo UOL. “Considerando um conjunto de 317 empresas, o lucro caiu de R$ 44 bilhões, nos três primeiros meses de 2014, para R$ 25,7 bilhões, de janeiro a março deste ano –R$ 18,2 bilhões a menos, sem considerar a influência da inflação. Isso representa um tombo de 41,4%, segundo o estudo. Boa parte desse tombo foi causado pela Vale: a mineradora saiu de um lucro de R$ 5,9 bilhões, no primeiro trimestre do ano passado, para um prejuízo de R$ 9,53 bilhões, no mesmo período de 2015, aponta o levantamento. Na contramão, o lucro dos bancos saltou 42,8%: de R$ 12,4 bilhões, nos três primeiros meses de 2014, para R$ 17,7 bilhões, de janeiro a março deste ano. Foram R$ 5,3 bilhões a mais, também sem considerar a influência da inflação.
É esta a nossa conjuntura: juros subindo, crédito caro e escasso, empresas e governo sem investir, concessões atrasadas. Enquanto isso o Banco Central insiste em aumentar ainda mais os juros, valorizando o câmbio e aumentando a dívida interna — ao mesmo tempo em que a arrecadação está caindo. Isso pode anular, na prática, o superávit de 1% pelo qual estamos fazendo o ajuste fiscal e o corte que pode chegar a R$ 80 bilhões no orçamento federal deste ano.
Na outra ponta, os investidores estrangeiros compram ativos brasileiros. Só de janeiro a abril de 2015, 114 fusões e aquisições foram feitas por investidores estrangeiros, contra 123 de nacionais no mesmo período ano passado. Dessas aquisições, 89 foram de investidores externos e 122 de nacionais — com o real desvalorizado, o Brasil ficou barato.

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